Nova série da Netflix inspira jovens gays a terem vida normal e afetiva
A trama é uma esperança e um respiro mais aliviado para a nova geração de pessoas LGBTQIA+ que estão vivenciando amores no período escolar
“Heartstopper” é nova série da Netflix queridinha do momento e já está entre os conteúdos mais assistidos no Brasil e também no mundo. Existem várias tramas na série, mas a principal é vivida por Charlie Spring (Joe Locke) e Nick Nelson (Kit Connor), um casal de adolescentes formado ainda no período escolar.
Com o enorme sucesso, a Netflix anunciou nesta sexta-feira, 20 de abril, que a série foi renovada para segunda e terceira temporada.
Outros romances gays e LGBTQIA+ já foram retratados anteriormente na TV e no Cinema, no entanto, “Heartstopper” vem quebrando uma grande barreira ao abordar sobre relacionamento homoafetivo entre dois garotos.
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E, o sucesso da série não é apenas com o público geral, mas também com a crítica especializada. Recentemente, a obra alcançou 100% de aprovação no site Rotten Tomatoes – considerado o melhor site de balanços de críticas profissionais.
Em recente entrevista ao site britânico “The Independent”, Joe Locke, ator que dá a vida ao personagem principal, definiu a trama como uma “peça mais otimista” sobre relacionamentos entre pessoas LGBTQIA+ na escolas.
“Acho que muitas pessoas queer em crescimento sentem que não merecem amor, porque não têm acesso ao mesmo grupo de namoro ou apoio que as pessoas heterossexuais têm. E então “Heartstopper” é tão adorável que dá isso a personagens queer”, falou.
Insegurança pelo novo
Tudo começa mostrando a vida de Charlie Spring (Joe Locke), que neste momento da vida, já é assumido para os amigos e todo o seu círculo de vivência.
No entanto, por ainda ser muito jovem, não havia conseguido vivenciar uma história de amor igual acontecia com os casais héteros de sua escola. E por isso, se submetia à situação de fazer tudo as escondidas com os “colegas” que ainda não tinham saído do armário. Por conta disso, vivenciou uma relação abusiva com um garoto que o tratava muito mal.
Até esse ponto, nenhuma novidade para um gay adolescente, certo? A maioria da comunidade LGBTQIA+ não tem boas referências de casais adolescentes que podem ser felizes à mostra para todos que desejam ver. E é nesse momento que a série tem uma virada de chave pois consegue trazer Nick Nelson (Kit Connor) para o convívio de Charlie, que mais pra frente se tornam namorados – dessa vez nada abusivo, pelo contrário, muito romântico até!
Quando esse momento de romance acontece, a série começa a mostrar uma outra possibilidade para aquela pessoa LGBTQIA+ na escola de que ela também pode ser amada e viver esse amor no período escolar, assim como acontece com grande parte dos adolescentes heterossexuais por todo o mundo.
Abordagem de temas importantes com facilidade
A nova geração de jovens adultos e de adolescentes vigentes em 2022 já deve ter se deparado com o tema em qualquer lugar que esteve: trabalho, escola, curso de inglês, casa da tia, casa da amiga da mãe etc.
Pessoas LGBTIQA+ estão espalhados por todo o globo e essa geração, diferentemente das anteriores, já veio com o “chipizinho” de ser contra a intolerância – não é regra, afinal, a criação vem da família – , mas por incrível que pareça, esse espaço geracional já ajuda bastante no compreendimento das novas modalidades de relacionamento, afinal, estando mais normalizado conviver com pessoas LGBTQIA+, mais fácil fica entender todas a nuances da vida de alguém que faz parte deste grupo.
E por isso, a série consegue abordar não só da homossexualidade de Charlie, como a bissexualidade de seu namorado Nick, mesmo que posteriormente. Além do mais, existem outros personagens na série que complementam todo esse arco-íris dos adolescentes. Como por exemplo, o romance vivido por Elle Argent (Yasmin Finney), uma garota trans, e Tao Chu (William Gao), um garoto hétero fora do padrão estabelecido pela sociedade.
O mundo caminha para o progresso?
Apesar das inúmeras vezes que aparecem na imprensa nacional ou internacional ataques à vida de pessoas LGBTQIA+, acredita-se, que junto com essa nova geração mais “descontruída”, o mundo está caminhando para lugares menos violentos e mais acolhedores com a comunidade LGBTQIA+. A própria série consegue evidenciar isso, mostrando como seria a vivência dos atuais estudantes em seus respectivos ambientes escolares.
Confira o trailer: