“‘Janela Indiscreta’ mudou minha vida”; Thiago Pethit revela seus 5 filmes favoritos

08/05/2015 14:39 / Atualizado em 06/05/2020 21:03

A primeira vez de uma criança no cinema é geralmente uma experiência marcante. Não foi assim para Thiago Pethit.

O músico paulistano não lembra qual foi a primeira produção que viu numa sala escura. “Deve ter sido algum filme da Disney”, tenta recordar. O cinema se tornou algo especial um pouco mais tarde, mais exatamente aos 9 anos, quando sua avó o levou à locadora e recomendou “Janela Indiscreta”, do mestre do suspense Alfred Hitchcock.

O clássico de 1954 traz o ator James Stwart na pele de um fotógrafo que passa horas do dia bisbilhotando a vida dos vizinhos com sua lente tele-objetiva por conta de um pé quebrado. A rotina do personagem muda quando ele se depara com um possível assassinato no apartamento vizinho. O filme recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo Melhor Roteiro e Trilha Sonora. E para Pethit, foi um divisor de águas. “Desde então, minha vida nunca mais foi a mesma”, revela rindo.

O cantor e compositor acredita que o cinema foi “embasador” na sua educação e comunicação. A sua relação com os filmes, histórias e trilhas na telona fez com que colecionasse diretores favoritos, que ele separa entre os atuais: Lars Von Trier e Almodóvar; e alguns ícones do cinema europeu: Godard, Truffault, Antonioni e Fellini. Hicthcock, seu despertador da paixão pela sétima arte, também está na lista dos preferidos, claro.

Pethit, que estará nas telas dos cinemas em breve – no filme “SP é Uma Festa”, de Vera Egito – curiosamente não costuma frequentar as salas da cidade. “Tenho cada vez mais preguiça de sair e pagar caríssimo para entrar numa sala de cinema. E em geral, os filmes que eu mais gosto estão em cartaz em salas precárias em termos de projeção e imagem. O que é uma pena”, lamenta.

 
 

Em “SP é Uma Festa”, Pethit integra o elenco e assina a trilha “que ainda está sendo pensada”. Comédia dramática, o longa conta a história de três amigos que vivem no mesmo prédio, suas desventuras amorosas e profissionais, tudo contornado com humor. As gravações terminaram em outubro do ano passado. O filme está agora em fase de pós-produção, sem data de estreia definida.

Além de cantar e compor, no passado Thiago Pethit já trabalhou como ator. No entanto, “SP é Uma Festa” será sua primeira experiência com “cinema de verdade”. Experiência, até agora, totalmente positiva. “Foi uma das coisas mais deliciosas que me aconteceram neste últimos anos. Eu estava receoso de atuar mas me diverti muito. O filme é bastante denso e eu me lembrei de que gostava muito de atuar sobre camadas mais densas e profundas dos personagens, quando era ator”, comemora.

A seguir, você confere os 5 filmes favoritos de Pethit. Uma seleção que para ele não foi tranquila de ser feita. “É difícil fazer listas. Caberiam uns 100 filmes aqui”, diz.

“Os Amantes e Ascensor para o Cadafalso”, ambos de Louis Malle

 “São dois filmes que me marcaram, não sei nem dizer o porquê. Mas não esqueço a beleza das imagens, a Jeanne Moreaue e a trilha do Miles Daves.”

1) “Os Amantes” 

Sinopse: Jeanne Tournier (Jeanne Moreau) é uma esposa do interior obcecada por moda e cuja vida é bruscamente transformada por um homem jovem avesso à hipocrisia. Casada com Henri (Alain Cuny), homem autoritário e cáustico, Jeanne se cansa da vida do interior. Nas inúmeras estadas na casa de sua amiga Maggy (Judith Magre) em Paris, onde os agitos da noite urbana a fascinam, ela conhece Raoul (José Luis de Vilallonga), que se torna seu amante. Henri, desejoso de conhecer os amigos de sua mulher, convida Maggy e Raoul a sua casa. Voltando de Paris, Jeanne é ajudada por um desconhecido, Bernard (Jean-Marc Bory), que se junta ao programa. No meio da noite, Jeanne e Bernard se reencontram nos jardins e se amam ardentemente. No dia seguinte de manhã, Jeanne se decide a acompanhar Bernard, abandonando o marido, o filho e o amante.

2) “Ascensor para o Cadafalso”

Sinopse: Casada com um homem rico e apaixonada por outro, Florence (Jeanne Moreau) decide matar o marido com a ajuda do amante Julien Tavernier (Maurice Ronet). Eles planejam o crime de forma a parecer suicídio, mas nem tudo dá certo. Logo depois do assassinato, Julien percebe que deixou uma corda na cena do crime. Ele volta para pegar, mas fica preso no elevador.

3) “O Último Tango Em Paris”, de Bernardo Bertolucci 

 “Eu sou louco por este filme. Acho o roteiro maravilhosamente épico e mitológico, sem nenhuma referencia direta a mitos ou pretensão. Acho esse filme genial. A visão sobre a sexualidade e sobre o ser humano me interessam muito.”


Sinopse: Enquanto procura um apartamento em Paris, uma bela jovem (Maria Schneider) conhece um americano (Marlon Brando), cuja esposa recentemente cometeu suicídio. Instantaneamente, um deseja o outro ardentemente e iniciam um tórrido affair. Eles combinam que não revelariam nada de suas vidas, nem mesmo seus nomes, sendo que o objetivo dos encontros seria basicamente sexo. Mas gradativamente os acontecimentos vão fugindo do controle de ambos.

4) “A Bela da Tarde”, de Luis Buñuel

“É outro filme dos meus preferidos. E trata também sobre esse aspecto da sexualidade, mas de outra forma, mais psicológica.”


Sinopse: Catherine Deneuve é Séverine, uma mulher jovem, bela, rica e bem casada. Apesar da aparente felicidade, ela oculta um mundo interior doentio, impedindo sua realização sexual com o marido. Frustrada, Séverine busca satisfação em encontros secretos na casa de prostituição de Madame Anais, mantendo sempre as aparências cotidianas, passando a ter uma vida dupla. Em um desses encontros, ela conhece o estranho e violento Marcel (Pierre Clémenti), que se apaixona pela bela mulher, complicando seus planos.

Janela Indiscreta

5) “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock

“Porque ele mudou minha vida. Porque fez eu me apaixonar pelo cinema, por contar uma historia em imagens.”

Sinopse: Com a perna quebrada, o fotógrafo L. B. Jeffries (James Stewart) não pode sair de seu apartamento. Para passar o tempo, observa seus vizinhos através da janela com uma lente teleobjetiva e se convence que um deles mata a própria esposa e desaparece com o corpo. Sua namorada Lisa (Grace Kelly) o ajuda na missão de descobrir o assassinato.