Justiça cancela festival milionário na Bahia que Gusttavo Lima cantaria
O cantor sertanejo iria embolsar R$ 704 mil do cofre público de Teolândia, cidade que ainda se recupera dos desastres causados pela chuva no final de 2021
A Justiça cancelou o “Festival da Banana”, que teria início neste sábado, 4, em Teolândia, na Bahia, após pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA). A cidade passa por um estado de emergência desde o fim de 2021, devido as fortes chuvas que atingiram o sul do estado. A programação do evento tinha nomes como Gusttavo Lima, que ia receber um cachê de R$ 704 mil.
No documento em que pediu o cancelamento, o MP-BA disse que “não é possível que o mesmo município, que informou necessitar de ajuda e recursos para salvaguardar a sua população de catástrofe natural, mesmo vivenciando um estado de calamidade televisionado para o Brasil inteiro, anuncie, em poucos meses, a contratação de artistas com cachês incompatíveis com as dimensões, arrecadações, necessidades de primeira monta e saúde financeira do município”.
Ao total, o festival teria 28 atrações, com um custo total de R$ 2 milhões, o que corresponde a 40% do recurso gasto com a saúde do município ao decorrer do último ano. Esse valor se aproxima dos cerca de R$ 2,3 milhões que o governo federal encaminhou à prefeitura em 26 de dezembro de 2021, devido a emergência causada pelas chuvas.
Caso haja descumprimento
Na decisão, a Justiça estabeleceu que, caso haja descumprimento da determinação, a prefeitura vai pagar multa correspondente aos valores de contrato. Também ficou determinado que a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) vai suspender o fornecimento de energia nos locais onde os shows seriam feitos, e que os equipamentos sonoros serão todos lacrados.
O Festival da Banana terminaria no dia 13 de junho. Entre as 28 atrações que iriam se apresentar, o MP-BA destacou cinco cujos cachês superiores a R$ 100 mil: Gusttavo Lima (R$ 704 mil), Unha Pintada (R$ 170 mil), Adelmário Coelho (R$ 120 mil), Marcynho Sensação (R$ 110 mil), Kevy Jonny e Banda (R$ 100 mil).
A Justiça também impediu a cidade fazer os repasses às 11 produtoras contratadas para o festival.