Justiça de SP rejeita processo de racismo contra Júlio Cocielo

O Ministério Público ainda pode recorrer da decisão

11/03/2022 18:15

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o processo de indenização por dano social de R$ 7,5 milhões contra o youtuber Júlio Cocielo por tuítes racistas. Segundo o Ministério Público, entre 2010 e 2018, o humorista teve diversos comentários racistas no Twitter, “afrontando a dignidade humana”. As informações são da coluna de Rogério Gentili, do Uol.

Justiça de SP nega processo de racismo contra Júlio Cocielo
Justiça de SP nega processo de racismo contra Júlio Cocielo - Reprodução/Instagram @cocielo

O youtuber alegou ser afrodescendente, nascido em uma família pobre periférica, e que sabe na pele o que isso significa. “É evidente que Cocielo faz piadas com sua própria condição, o que é um artifício humorístico usado por comediantes no mundo todo”, falou o seu advogado à Justiça.

Em novembro de 2013, segundo os promotores, ele escreveu na rede social: “Nada contra os negros, tirando a melanina…”. Um mês depois, disse: “O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”.

Outro ato considerado racista cometido pelo YouTuber

Em relação à publicação feita na Copa de 2018 sobre o jogador Mbappe, os desembargadores consideraram que a frase não teve a intenção direta de disseminar uma mensagem preconceituosa, “no afã de produzir conteúdo de humor”.

“Não se ignora que o racismo é um dado histórico da realidade brasileira”, afirmou a desembargadora Viviani Nicolau. No entanto a gravidade dessa problemática social, segundo a magistrada, “não autoriza” que se compare o comentário do humorista “com comportamentos realmente odiosos”.

A desembargadora disse também que, por conta da declaração, o humorista chegou a perder patrocínios e fontes de renda, já “sofrendo as consequências de sua falta de ponderação”. “O desfecho, portanto, demonstra que Cocielo foi prejudicado pela própria atitude inicial. Seu comportamento posterior demonstra a intenção de remediar a situação causada”, diz a decisão.