Larissa Manoela revela como descobriu que sofre de endometriose; Saiba sobre a doença

A atriz comentou sobre as dificuldades em sua vida a partir da endometriose

31/05/2022 02:03

Larissa Manoela desabafou sobre o período em que recebeu seu diagnóstico de endometriose, doença inflamatória provocada por células do endométrio (tecido que reveste o útero). A atriz fez a revelação durante um evento da Cimed, no Jardim Angela, na Zona Sul de São Paulo, neste domingo, 29, na Escola Municipal Mário Marques.

Larissa Manoela revela como descobriu que sofre de endometriose
Larissa Manoela revela como descobriu que sofre de endometriose - Divulgação/Cimed

A atriz comentou sobre as dificuldades em sua vida a partir da endometriose. “Desde o meu primeiro ciclo, tinha um fluxo muito intenso, ficava muito indisposta, sentia dores a ponto de desmaiar. Quando fui fazer exames e acompanhamentos anuais, recebi o diagnóstico (de endometriose)”, disse em uma roda de conversa com a ginecologista, Dra. Adriana Zani, a psicóloga, Luciana Teles e a VP da Cimed, Karla Felmanas.

Larissa Manoela aconselhou os jovens da região a procurarem ajuda médica caso algo não esteja normal. “Percebi que a minha dor não estava condizente com as dores que outras meninas perto de mim sentiam. Quando questionavam minha dor de zero a dez, eu respondia que era mil (…) Quando a cólica te incomoda excessivamente e te impede de ir à escola, trabalhar, é preciso investigar e fazer acompanhamento com um ginecologista”, comentou Larissa Manoela, que é madrinha da campanha nacional de conscientização da endometriose, que ocorreu em março deste ano.

Endometriose

A endometriose é uma doença que provoca cólicas fortes, muitas vezes incapacitantes, dores durante a relação sexual, desconforto ao evacuar e urinar e até mesmo dores na região lombar e nas coxas. Em alguns casos, a falta de tratamento pode levar a problemas mais graves, como obstrução intestinal, se houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados.

O diagnóstico exige ressonância magnética ou ultrassom transvaginal com lavagem intestinal.

De acordo com o ginecologista Waldir Inácio Jr., hoje já se sabe, por exemplo, que o problema não é decorrente do fluxo menstrual, como se achava antigamente. “A mulher nasce com endometriose. Por isso, irmãs têm mais chance de ter. E já se estudaram natimortos do sexo feminino que tinham endometriose”, afirma ele.

Entender mais sobre o problema é importante para que o tratamento se torne mais efetivo. “Nos últimos anos, houve uma mudança de paradigma em relação à terapia com hormônios. Além de não tratar efetivamente a doença, traz efeitos colaterais, como aumento de peso, diminuição da libido e alteração do humor”, explica Inácio.

Endometriose tem cura?

Responsável por 50% dos casos de infertilidade feminina, a endometriose acomete entre 9 a 13% das mulheres no mundo todo. Só no Brasil, a estimativa é que 6,5 milhões de mulheres são afetadas pela doença. Causada pelo crescimento anormal do endométrio (tecido que reveste o útero) fora do órgão, a condição já tem cura: uma cirurgia chamada laparoscopia avançada.

O procedimento minimamente invasivo é feito  a partir de uma pequena abertura na região do abdômen e, com a ajuda de um laparoscópico, avalia a cavidade pélvica e abdominal. Uma vez encontradas lesões suspeitas, o médico remove todos os focos, drena os cistos endometriais e depois retira a capa que os reveste.

“Quando retirada de forma completa, a endometriose não volta e não há mais necessidade de tomar qualquer medicamento”, afirma o ginecologista Waldir Inácio Jr.

A paciente que passa por uma laparoscopia geralmente recebe alta em menos de 24 horas e já pode voltar às suas atividades em poucos dias.

A técnica foi desenvolvida pelo cirurgião americano David Redwine, e hoje poucos médicos a ministram no Brasil. O conceito de se retirar a endometriose de todos os órgãos onde está instalada e não só nos focos ainda é novo, mas – segundo Inácio Jr. – os resultados comprovam sua efetividade. Mas tão importante quanto retirar todas as lesões, é não danificar nenhum outro órgão ou estrutura nesse processo. Por isso, esse tipo de cirurgia é tão desafiador para os ginecologistas.

Apesar de aprovada para ser feita pelo SUS (Sistema Único de Saúde),  são poucos os hospitais que realizam o procedimento. O alto custo e a falta de material são alguns dos motivos. No hospital particular, o valor do procedimento pode variar entre R$ 6 mil a R$ 20 mil.