Larissa Manoela revela como descobriu que sofre de endometriose; Saiba sobre a doença
A atriz comentou sobre as dificuldades em sua vida a partir da endometriose
Larissa Manoela desabafou sobre o período em que recebeu seu diagnóstico de endometriose, doença inflamatória provocada por células do endométrio (tecido que reveste o útero). A atriz fez a revelação durante um evento da Cimed, no Jardim Angela, na Zona Sul de São Paulo, neste domingo, 29, na Escola Municipal Mário Marques.
A atriz comentou sobre as dificuldades em sua vida a partir da endometriose. “Desde o meu primeiro ciclo, tinha um fluxo muito intenso, ficava muito indisposta, sentia dores a ponto de desmaiar. Quando fui fazer exames e acompanhamentos anuais, recebi o diagnóstico (de endometriose)”, disse em uma roda de conversa com a ginecologista, Dra. Adriana Zani, a psicóloga, Luciana Teles e a VP da Cimed, Karla Felmanas.
Larissa Manoela aconselhou os jovens da região a procurarem ajuda médica caso algo não esteja normal. “Percebi que a minha dor não estava condizente com as dores que outras meninas perto de mim sentiam. Quando questionavam minha dor de zero a dez, eu respondia que era mil (…) Quando a cólica te incomoda excessivamente e te impede de ir à escola, trabalhar, é preciso investigar e fazer acompanhamento com um ginecologista”, comentou Larissa Manoela, que é madrinha da campanha nacional de conscientização da endometriose, que ocorreu em março deste ano.
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Endometriose
A endometriose é uma doença que provoca cólicas fortes, muitas vezes incapacitantes, dores durante a relação sexual, desconforto ao evacuar e urinar e até mesmo dores na região lombar e nas coxas. Em alguns casos, a falta de tratamento pode levar a problemas mais graves, como obstrução intestinal, se houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados.
O diagnóstico exige ressonância magnética ou ultrassom transvaginal com lavagem intestinal.
De acordo com o ginecologista Waldir Inácio Jr., hoje já se sabe, por exemplo, que o problema não é decorrente do fluxo menstrual, como se achava antigamente. “A mulher nasce com endometriose. Por isso, irmãs têm mais chance de ter. E já se estudaram natimortos do sexo feminino que tinham endometriose”, afirma ele.
Entender mais sobre o problema é importante para que o tratamento se torne mais efetivo. “Nos últimos anos, houve uma mudança de paradigma em relação à terapia com hormônios. Além de não tratar efetivamente a doença, traz efeitos colaterais, como aumento de peso, diminuição da libido e alteração do humor”, explica Inácio.
Endometriose tem cura?
Responsável por 50% dos casos de infertilidade feminina, a endometriose acomete entre 9 a 13% das mulheres no mundo todo. Só no Brasil, a estimativa é que 6,5 milhões de mulheres são afetadas pela doença. Causada pelo crescimento anormal do endométrio (tecido que reveste o útero) fora do órgão, a condição já tem cura: uma cirurgia chamada laparoscopia avançada.
O procedimento minimamente invasivo é feito a partir de uma pequena abertura na região do abdômen e, com a ajuda de um laparoscópico, avalia a cavidade pélvica e abdominal. Uma vez encontradas lesões suspeitas, o médico remove todos os focos, drena os cistos endometriais e depois retira a capa que os reveste.
“Quando retirada de forma completa, a endometriose não volta e não há mais necessidade de tomar qualquer medicamento”, afirma o ginecologista Waldir Inácio Jr.
A paciente que passa por uma laparoscopia geralmente recebe alta em menos de 24 horas e já pode voltar às suas atividades em poucos dias.
A técnica foi desenvolvida pelo cirurgião americano David Redwine, e hoje poucos médicos a ministram no Brasil. O conceito de se retirar a endometriose de todos os órgãos onde está instalada e não só nos focos ainda é novo, mas – segundo Inácio Jr. – os resultados comprovam sua efetividade. Mas tão importante quanto retirar todas as lesões, é não danificar nenhum outro órgão ou estrutura nesse processo. Por isso, esse tipo de cirurgia é tão desafiador para os ginecologistas.
Apesar de aprovada para ser feita pelo SUS (Sistema Único de Saúde), são poucos os hospitais que realizam o procedimento. O alto custo e a falta de material são alguns dos motivos. No hospital particular, o valor do procedimento pode variar entre R$ 6 mil a R$ 20 mil.