Vítima de Leandro Lehart sofreu estupro grotesco e escatológico
A vítima ainda tenta se recuperar psicologicamente e chegou a tentar suicídio
Rita de Cássia Corrêa, de 49 anos, mulher que denunciou o músico Leandro Lehart, do grupo Art Popular, por estupro e cárcere privado, relatou uma noite de violência grotesca e escatológica por parte do músico.
Leandro, que foi condenado a mais de 9 anos de prisão, nega as acusações e deve recorrer em liberdade.
A vítima revelou que teve alguns encontros com o cantor que foram considerados gentis e normais. Em 2019, no entanto, uma noite deixou marcas na mulher.
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Segundo ela, Leandro a convidou para subir ao quarto no segundo andar por haver um banheiro, no qual poderiam usar depois do sexo.
Rita afirma que Leandro passou a ficar agressivo e cometeu um ato escatológico. “Na minha boca”, contou a vitima ao Fantástico do ultimo domingo, 18.
“Eu já comecei a me debater, e pedindo para ele parar. E tentando tirá-lo de cima de mim, mas eu não conseguia. Ele ainda se masturbou até chegar ao orgasmo”.
Depois, ela ainda foi mantida trancada no banheiro e liberada pelo músico para ir embora com um motorista de aplicativo.
“Ali no chão mesmo, me despenquei a chorar e fiquei muito tempo ali tentando me higienizar, tentando tirar todo aquele cheiro horrível, aquele gosto, escovando meus dentes. Ali, embaixo do chuveiro” , relatou.
Antes de sair, ainda foi ameaçada com expressões racistas.
“Ele disse: ‘Você acha que eu queria o quê? Relacionamento? O que você acha que eu gostaria de uma negrinha como você?’”
“[Disse] que não era para eu contar para ninguém, divulgar na mídia, procurar a polícia. Porque eu nem teria condições de pagar um advogado para me defender, que o dinheiro que ele tem, os advogados dele iam agir contra mim, que eu ia sair com uma aproveitadora.”
Psicologicamente abalada, ela chegou a tentar suicídio. “Me joguei de um lance de escadas muito grande, ali no desespero. Querendo fugir de tudo que eu estava passando.”
Outro lado: Leandro Lehart
Em seu depoimento, Leandro alegou que conheceu a mulher pelas redes sociais e que as relações sexuais foram consentidas. Ele disse que terminou o relacionamento após descobrir que a mulher tomava medicamentos e que, depois disso, ela passou a tentar extorqui-lo.
A investigação acontecia em sigilo, porém se tornou pública com a condenação. Além da pena, o cantor foi condenado a pagar 26 dias de multa, com o valor ainda a ser definido.
Leandro Lehart é o compositor de sucessos como “Pimpolho” e “Agamamou”. Ele também esteve na “Casa dos Artistas”, no SBT, em 2001.
“Meus amores, Estou sendo vítima de uma grande injustiça, mas a verdade vai prevalecer em breve”, disse o artista em publicação nas redes sociais.
“São 40 anos de carreira e 50 anos de vida acreditando na justiça, e mesmo que ela tarde, ela não falha. E a maldade não prevalecerá nunca. Obrigado por tudo”
Ele ainda publicou uma mensagem do advogado Davi de Paiva Costa Tangerino, que informou que o caso corre em segredo de Justiça e que “pende da decisão final”.
Como agir em caso de estupro
Se você for vítima de estupro ou estiver auxiliando uma pessoa que tenha sido estuprada, os passos a serem seguidos são um pouco diferentes das dicas gerais fornecidas anteriormente.
É importante lembrar que o crime de estupro é qualquer conduta, com emprego de violência ou grave ameaça, que atente contra a dignidade e a liberdade sexual de alguém. O elemento mais importante para caracterizar esse crime é a ausência de consentimento da vítima. Portanto, forçar a vítima a praticar atos sexuais, mesmo que sem penetração, é estupro (ex: forçar sexo oral ou masturbação sem consentimento).
Uma pessoa que tenha passado por esta situação normalmente encontra-se bastante fragilizada, contudo, há casos em que a vítima só se apercebe do ocorrido algum tempo depois. Em ambos os casos, é muito importante que a vítima tenha apoio de alguém quando for denunciar o ocorrido às autoridades, pois relatar os fatos costuma ser um momento doloroso. Infelizmente, apesar da fragilidade da vítima é importante que ocorra a denúncia para que as autoridades possam tomar conhecimento do ocorrido e agir para a responsabilização do agressor.
Antes da reforma do Código Penal em setembro de 2018, alguns casos de estupro só podiam ser denunciados pela própria vítima. Isso mudou, o que significa que se outra pessoa denunciar um estupro e tiver provas, o Ministério Público poderá processar o caso mesmo que o denunciante não tenha sido a própria vítima.