Ludmilla desabafa sobre a mulher preta ter que se esforçar mais

"Tudo para a mulher preta dá mais trabalho, tem que ser provado mais vezes", disse a artista

A cantora Ludmilla desabafou sobre o feminismo negro em comparação ao feminismo branco e tudo que cerca a questão do racismo estrutural envolvendo sua fama em uma entrevista divulgada nesta segunda-feira, 5.

Ludmilla desabafa sobre a mulher preta ter que se esforçar mais
Créditos: Reprodução/Instagram
Ludmilla desabafa sobre a mulher preta ter que se esforçar mais

Para a revista Glamour, a cantora disse que mesmo sendo muito famosa, ela ainda sofre preconceito por ser negra.

“Claro que ainda sofro, é verdade que, talvez, se não fosse famosa, as formas fossem mais grosseiras, mas o racismo é uma coisa que está tão incrustada em nossa estrutura, que todos nós precisamos prestar bastante atenção. Nós, pretos, não podemos mais deixar passar”, fala a cantora.

Ainda na entrevista, Ludmilla levantou a questão de que além das pautas sobre feminismo, ela precisa desenvolver seu conhecimento para trabalhar a pauta sobre anti-racismo.

“Tudo para a mulher preta dá mais trabalho, tem que ser provado mais vezes. A mulher a preta, por muitas vezes, começa a trabalhar muito cedo e em funções bem inferiores. A mulher preta tem as lutas do feminismo mais a do racismo”, disse.

Racismo durante a carreira

Não foi apenas dessa vez que Ludmilla falou sobre a importância da pauta sobre racismo na indústria, sobretudo o que ela mesmo sofre por ser uma artista negra.

Há quase um ano, ela respondeu em sua conta no Instagram um comentário racista proferido contra ela durante o Prêmio Multishow de 2019. A funkeira usou a função stories da rede social, para compartilhar um vídeo da premiação com o ataque racista para comprovar o ataque.

Depois de ter sido a vencedora do prêmio de Melhor Cantora do Ano, Ludmilla não se calou frente ao racismo que sofreu. “Alguém me chama de macaca no vídeo, mas não sabemos quem foi a pessoa exatamente”,  disse Ludmilla. “Cara, até quando isso? Olha, as coisas pra mim, e eu acho que pra maioria dos brasileiros, nunca foram fáceis. E com preconceito e julgamentos pelo tom de pele, vocês só complicam as coisas”, afirmou.