Mãe de Douglas Souza, do Vôlei, fala sobre ataques e sexualidade do filho
'Quando percebi os ataques e o vi muito tristonho, escrevi para ele, dizendo que era para se jogar, se divertir'
Elizangela Salles, de 43 anos, mãe do jogador da seleção brasileira de Vôlei falou sobre os ataques que o filho recebeu e sobre a sexualidade do filho. Isso porque as Olimpíadas de Tóquio mal começaram e o atleta se tornou o mais novo queridinho das redes sociais.
Douglas Souza passou a postar vídeos irreverentes apresentando as instalações da vila olímpica, com direito a dancinhas e pulos na cama de papelão para testar a sua resistência.
Não à toa, em poucos dias, ele viu o seu número de seguidores saltar de 250 mil para 1,5 milhão, no Instagram.
A mãe de Douglas relatou apreensão pois nas Olimpíadas de 2016, o atleta foi alvo de ataques e revelou: “Ele não tinha me contado ainda, mas sou mãe, já sabia. Quando percebi os ataques e o vi muito tristonho, escrevi para ele, dizendo que era para se jogar, se divertir, pois não sabia se era a primeira e última Olimpíada. Que o fato de ser gay não diminuiria todo o sacrifício que ele fez para estar onde estava e que não fazia a menor diferença para mim. Depois disso, ele abriu um sorrisão”, recordou, em entrevista ao Jornal Extra.
Elizângela contou que o filho se assumiu primeiro para o pai. “Eles tiveram uma conversa e meu marido também é superaberto. Jamais seria um problema para nós dois. Pelo contrário. Acho que passamos a dar ainda mais apoio”.
Emocionada com o sucesso atual do filho, Elizângela contou sobre o início da carreira de Douglas Souza. “Ele foi jogar no Pinheiros, em São Paulo, com 14 anos. Distante demais aqui de Santa Bárbara do Oeste, onde moramos. Para que ele não passasse necessidade, tive três empregos para ajudar nas despesas. Como ele costuma dizer, quem vê close, não vê corre. Sei de todos os sacrifícios que fizemos. Inclusive o de ficar longe”, relata.
“A única coisa que me faz sair do sério é ver as pessoas atacarem meu filho por ser gay. Se ele fica no banco ou o time perde, tem sempre um para fazer uma piadinha. Nunca foi fácil para ele. na verdade é duas vezes mais difícil. Ele está entre os 12 que foram convocados. É o único que representa a comunidade LGBT ali. Não é fácil. Então, quando vejo alguém ofendendo eu dou umas xingadas. Douglas não gosta que eu faça isso. Mas sou mãe, né?”, afirmou a mãe do atleta da seleção brasileira de Vôlei.