Mais duas mulheres relatam terem sido estupradas por Bruno Krupp
"Quando fui me olhar no espelho, vi que minha boca estava roxa, com sangue pisado, e meu corpo cheio de hematomas", relatou uma das denunciantes
Mais duas mulheres registraram denúncia por estupro contra o modelo BrunoKrupp, preso preventivamente por atropelar e matar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, na noite do dia 30 de julho.
Com os novos boletins de ocorrência, registrados na Delegacia de Atendimento a Mulher de Niterói, sobe para quatro o número de jovens que afirmam terem sido estupradas pelo rapaz.
Segundo uma das vítimas, uma estudante de 27 anos, o abuso ocorreu na madrugada de 29 de julho de 2019, depois dos dois se conhecerem em uma boate, que também fica na Barra da Tijuca.
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“Depois da festa, ele me chamou para um after na casa de amigos. Chegando lá, ficamos um tempo conversando e bebendo. Quando uma menina que estava conosco foi embora, ele já veio para cima de mim me agarrando e querendo ficar comigo. Mas eu estava incomodada porque tinha outro menino no cômodo, então pedi para ele sair ou para não fazermos nada. Ele subiu em cima de mim e me forçou. Como estava de saia, ele rasgou a minha calcinha e acabou acontecendo. A partir daí, foi horrível: ele foi extremamente agressivo, me bateu, pegou o celular diversas vezes para tentar me filmar. Eu só queria que acabasse logo”, disse ela em entrevista ao site O Globo.
A jovem disse que, ao ter conhecimento do relato de uma modelo de 28 anos, na última semana, que diz ter sido vítima do mesmo crime, pôde se dar conta da gravidade do caso. Na ocasião, mais de 40 denúncias contra o modelo foram postadas nas redes sociais:
“Cheguei em casa toda dolorida. Quando fui me olhar no espelho, vi que minha boca estava roxa, com sangue pisado, e meu corpo cheio de hematomas. Tudo devido ao ato sexual em que ele foi extremamente violento. Então me encorajei e decidi denunciar, justamente para evitar que outras pessoas sejam vítimas dele”, contou.
A modelo em questão citada por outra vítima, registrou, na 6ª DP (Cidade Nova), ter sido estuprada por Bruno Krupp, em setembro de 2016. Eles se conheceram através de amigos em comum até que ela aceitou o acompanhar em uma festa.
O rapaz teria chegado bêbado e a pegou à força, querendo ter relações sexuais. “Eu falei várias vezes para ele parar e ele literalmente me forçou. Depois de muito relutar eu simplesmente cedi e foi horrível. Me senti um objeto”, escreveu ela no Instagram, dizendo que ele ainda tentou gravar o momento com o celular e sem roupa.
“O atendimento recebido pelas vítimas na Deam Niterói nos surpreendeu pelo profissionalismo: elas foram atendidas em salas reservadas, sem demora e com o cuidado e acolhimento que devem ser dispensados a todas que sofrem crimes contra a liberdade sexual. Acreditamos nos órgãos de persecução criminal e esperamos que cada uma se encoraje e compareça à delegacia para denunciar. Somente assim o Bruno Krupp será de fato processado e, ao final, condenado por todos os crimes que cometeu!”, afirmou o advogado João Alberto de Almeida Lima Junior, que representa duas das vítimas.
Outras mulheres denunciaram Bruno Krupp
Também na última semana, outras jovens postaram em seus perfis histórias parecidas envolvendo violência sexual com o modelo.
“Em vários momentos da noite, ele me forçou a transar com ele, mesmo falando que estava me sentindo muito constrangida pelo fato do amigo dele estar dormindo na cama de cima. No dia seguinte, fui embora me sentindo um lixo, contei para algumas amigas, mas me calei”, postou uma delas.
“Ele me forçou a beijar e a transar com ele, além de ter me passado DST (doença sexualmente transmissível) quando isso aconteceu. Foi horrível demais, ele é uma pessoa terrível e merece estar atrás das grades”, relatou outra.
“Infelizmente passei pela mesma situação, só que dez anos atrás, em 2012. Uma jovem de 14 anos que nem soube como reagir a esse fato, como eu queria ter tido forças pra denunciar na época”, lamentou outra vítima.
Procurado pelo O Globo, o modelo Bruno Fernandes Moreira Krupp negou os crimes e disse que, se aconteceram relações sexuais entre ele e outras mulheres, elas se deram de maneira consensual.