MC Pretinho rebate com rima ataque transfóbico à sua mulher e vídeo viraliza
'Respeita que é a minha mulher', diz o MC ao responder um homem que fez ataques transfóbicos a sua namorada, em cima do palco; Confira:
Nos últimos dias um trecho de uma batalha de rimas entre dois MCs viralizou nas redes sociais, pois nela, MC Pretinho rebate um comentário transfóbico de seu adversário.
Um MC branco, alto, que não teve a identidade confirmada, tentou “vencer” batalha de rimas questionando se MC Pretinho se relacionava com uma travesti. “Come um travesti”, fiz o homem, usando o pronome errado e abusando da sua transfobia.
Imediatamente, MC Pretinho o corrigiu e exigiu respeito à sua mulher. No final de sua rima, ele ainda pede para seu adversário descer do palco, o que foi prontamente atendido.
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Veja o vídeo:
Foi, justamente, a relação apaixonada de Mc Pretinho e Michelly que os tornaram famosos nas redes sociais, em especial no TikTok, onde somam mais de 230 mil seguidores.
Diferente da abordagem transfóbica que recebeu na batalha de rima, nas redes sociais, o casal recebe muito carinho e apoio dos fãs.
Num outro vídeo, MC Pretinho canta para sua mulher e os comentários são positivos, em sua ampla maioria. “Que lindos, que amor verdadeiro, meu coração aqui se encheu de esperanças! Se cuidem e muita boa sorte”, escreveu uma fã.
Transfobia é crime!
Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.
Mulheres trans e Lei Maria da Penha
Outra lei que protege as mulheres trans, em especial, da transfobia é a Lei Maria da Penha. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em maio de 2019, um projeto que inclui mulheres transgêneras e travestis na Lei de proteção à mulher.
A proposta altera um artigo da lei que diz “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião” não pode sofrer violência, incluindo o termo “identidade de gênero”. A proposta está parada na Câmara e especialistas preveem que caráter mais conservador dos Deputados será um obstáculo.
Entretanto, há casos de transfobia julgados como violência doméstica. Em maio de 2018, uma decisão inédita da Justiça do Distrito Federal indicou que os casos de violência contra mulheres trans podem ser julgados na Vara de Violência Doméstica e Familiar e elas devem ser abarcadas em medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.
A linguagem é simbólica
Não pense que tudo isso que listamos aqui é frescura! Nada disso, a linguagem é simbólica e respeitar essas diferenças é um grande passo para neutralizarmos a transfobia no Brasil.
É legal ressaltar também que não é crime você não saber algo – crime é atacar de forma preconceituosa a comunidade trans.
Tente se lembrar dos termos e do uso dos artigos corretos quando for conversar com uma pessoa transgênero, que tudo ficará bem!
Caso tenha dúvidas, pergunte a pessoa com quem está conversando ou se referindo como ela prefere ser chamada.