Polícia investigará médico de Bruno Krupp por falsidade ideológica e fraude processual

O profissional foi contratado pela família do modelo

07/08/2022 12:44

A polícia instaurou inquérito para investigar Bruno Nogueira Teixeira, o médico contratado pela família do modelo Bruno Krupp, de 25 anos, por falsidade ideológica e fraude processual. Krupp foi preso por atropelar e matar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16, no Rio.

‘Como se eu tivesse feito algo errado’, diz Bruno Krupp no hospital
‘Como se eu tivesse feito algo errado’, diz Bruno Krupp no hospital - Reprodução

Na última sexta-feira, 5, a equipe do Hospital Marcos Morais, no qual o modelo foi internado com ferimentos do acidente, liberou Krupp para ser levado ao sistema prisional.

Embora estivesse com quadro estável, o médico alegou que o paciente estava com problemas nos rins e havia uma eventual necessidade de sessões de hemodiálise e levado para realização de ressonância magnética em outro hospital.

Para o delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, adjunto da 16ª DP (Barra da Tijuca), a atitude caracteriza a fraude processual, previsto no artigo 347 do Código Penal, por modificar intencionalmente dados de processo, com intuito de levar juiz ou perito a erro. A pena é de três meses a dois anos de detenção e multa.

A falsidade ideológica prevê cinco anos de reclusão e multa para quem mentir em documento público ou particular.

Atropelamento

Influenciador Bruno Krupp atropela e mata jovem no Rio
Influenciador Bruno Krupp atropela e mata jovem no Rio - Reprodução/Instagram

O modelo e influenciador Bruno Krupp atropelou um adolescente na noite do último sábado, 30, próximo a orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. João Gabriel Cardim, a vítima que sofreu o atropelamento, um jovem de 16 anos, morreu horas depois do ocorrido. De acordo com a Polícia Civil, Bruno estava de moto e não possui habilitação.

O incidente aconteceu por volta das 23h de sábado na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 3. O adolescente teve uma das pernas amputadas no momento do impacto e, até chegou a ser socorrido, passando por uma cirurgia no Hospital Municipal Lourenço Jorge, porém não resistiu.

A 16ª DP (Barra) está investigando o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

A Polícia Civil falou que Bruno seria ouvido assim que recebesse alta. A direção do Hospital Lourenço Jorge informou que o modelo foi atendido e liberado no último domingo, 31.

Para pela blitz três dias antes

Três dias antes do acidente, Krupp o foi parado em uma blitz da Lei Seca com a mesma motocicleta que pilotava na noite que matou o adolescente. Assim como na noite de sábado, na quarta-feira, 27, o veículo também estava sem placa e o piloto não estava com carteira de habilitação.

Bruno recebeu três multas – além da falta de placa e carteira, ele se recusou a soprar o bafômetro – somando R$ 4 mil e teve a moto, um Yamaha cinza, apreendida, porém a recuperou a tempo de pilotar no sábado e se envolver no acidente fatal na Barra da Tijuca.

A moto que ele pilotava foi novamente apreendida, desta vez foi levada à delegacia.

Outras acusações

Bruno Krupp também é investigado na polícia por acusações de estelionato e estupro.

A acusação de estupro foi feita na Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá (Deam). Em depoimento, uma mulher disse que foi até o apartamento de Bruno Krupp e que ele a teria estuprado. Ela falou que pediu para Bruno parar, mas não teve seu pedido acatado. Ele nega a acusação.

Já a acusação de estelionato foi registrada na 15ª DP (Gávea). Em 2021, uma gerente de um hotel relatou que o cartão de um cliente havia sido recusado, e o mesmo aconteceu com diversos outros clientes.

Ao conversar com quem teve o cartão recusado, a mulher contou que todos afirmaram que Bruno Krupp ofereceu diárias no hotel a preços menores do que no site do local, e que para conseguir a hospedagem por preços mais baratos, os clientes deviam efetuar o pagamento em uma conta no nome de outra pessoa.

A fraude, de acordo com a gerente, foi estimada em R$ 428 mil. Krupp teria saído do hotel antes do estabelecimento conseguir contestar os cartões.