MP denuncia Gilberto Barros por dizer que agrediria homossexuais
O apresentador disse à Sonia Abrão que bateria em gays que se beijassem na sua frente
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou Gilberto Barros por homofobia após dizer durante uma entrevista à Sonia Abrão, em seu canal no YouTube, que agrediria dois homens que se beijassem na sua frente.
“Eu tinha que acordar às 2h30, 2h, e ainda presenciar, onde eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois ‘bigode’, porque tinha uma boate gay ali na frente. Não tenho nada contra, mas eu sou gente. Naquela época ainda, chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”, afirmou Gilberto Barros.
No momento, Sonia Abrão ficou impressionada e disparou: “Meu Deus”.
A entrevista foi transmitida na última quarta-feira, 9, e gerou revolta nas redes sociais.
A denúncia contra Gilberto Barros ao MP foi feita pelo jornalista e ativista LGBT William De Lucca, pré-candidato a vereador de São Paulo pelo PT. Ele se baseou na lei estadual 10.948, sancionada em 2001 e que pune a prática de discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero”Não é admissível que alguém, especialmente na imprensa, incentive a violência contra LGBT. Vai responder penal e administrativamente e vai aprender pela lei a respeitar nossa população”, afirmou De Lucca. “É inaceitável que em pleno século 21 a gente ainda seja ameaçado por fazer algo que qualquer pessoa heteronormativa faz tranquilamente, sem qualquer incômodo. Precisamos coibir este tipo de postura, mas, mais que isso, promover ações políticas e de reparação às violências contra a população LGBT”, completou.
Gilberto Barros faz declarações homofóbicas há anos. Em 2017, o apresentador afirmou: “A gente está achando que é natural ser veado ou sapato. O respeito a homossexualidade deve ser absoluta. Agora, não venham me dizer que tenho que pensar diferente, pois a liberdade que tenho é de pensamento e expressão”.
Homofobia é crime!
Desde junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo.
Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Entretanto, apesar da notícia positiva, poucos LGBT sabem o que podem fazer caso sejam vítimas de algum crime do tipo. Para mais informações, clique aqui.