Murilo Marques, ex-‘Bake Off Brasil’, diz ter sido estuprado e roubado
O rapaz foi dopado e sofreu um golpe de mais de R$ 70 mil somando tudo o que criminoso levou
Murilo Marques, ex-participante do Bake Off Brasil, reality show do SBT, fez um relato impactante na última sexta-feira, 23, sobre um encontro de aplicativo de relacionamento em que ele foi estuprado, dopado e roubado. Na postagem, Murilo detalha um golpe que sofreu dentro de sua própria residência em São Paulo, capital.
Ele conta que recebeu um homem em casa que, em seguida, teria afirmado ser um garoto de programa e que queria receber seu “pagamento”. Ele foi dopado e obrigado a consumir drogas.
O relato
“Eu entrei para a estatística! Essa semana eu caí num golpe: fui dopado, violado e roubado na minha casa. No dia 21/10/2020 eu recebi um homem de aplicativo de relacionamento na minha casa, ele chegou às 12h04, me mandou fotos antes e chamei. Eu [fiquei] sem entender nada, e começando a me sentir meio estranho, disse que não tinha dinheiro e nem tinha contratado ninguém, se soubesse não tinha nem chamado. Nisso ele sacou uma máquina e falou que aceitava cartão”, começou o relato.
Murilo disse que o cara chegou e ato de “pegação” começou a rolar, mas tudo parou quando o garoto de programa anunciou que queria dinheiro. “Ele começou a se exaltar dizendo que queria receber o dinheiro dele, esse diálogo rolou e eu cada vez com mais dificuldade de organizar minhas ideias, já imaginando que estava drogado. Cada vez mais agressivo e gritando comigo”, relata.
Ele ainda conta que em uma das tentativas, errou a senha e avisou que precisava olhar no celular. “Ele gritava que não era pra mexer no celular e pegou o aparelho, mais uma vez fui forçado a passar uma senha, dessa vez a do celular. Apesar de tonto e desnorteado eu estava de pé ainda. A essa altura eu já sabia que havia sido dopado e já havia apanhado, estava reunindo toda minha energia para tentar me proteger”, lembra.
Marques ainda tentou fazer com que eles fossem até um caixa eletrônico, mas ao pegar a camiseta para ir até o local, o agressor ficou violento, o agarrou pelo braço e jogou um pó branco em cima de um móvel, forçando a vítima a cheirar. “Eu só conseguia responder que não queria, mas ele insistia e ameaçou quebrar meu braço se eu não aceitasse. Eu resisti e, talvez pelo meu estado, ele não seria capaz de me forçar a cheirar”, conta.
O estupro
“Fui jogado na cama de bruços, nesse momento o estupro aconteceu: Eu só lembro dele me estuprando com a mão enquanto eu me debatia. Não sei quanto tempo durou, não sei o quanto eu resisti, mas fui estuprado”, complementa.
Murilo precisou vomitar no banheiro e quando saiu de lá, o rapaz já tinha ido embora com seu celular e seus cartões. Neste momento que ele conseguiu entrar em contato com seu namorado, Renan, com quem tem um relacionamento aberto.
Em seguida, eles bloquearam os cartões e foram à delegacia. Murilo ainda disse que não se sentiu acolhido pelos policiais e se sentiu humilhado . No total, das quatro contas em bancos diferentes de Murilo, o ladrão levou mais de R$ 70 mil.
Murilo disse que estava guardando dinheiro, junto com o amado, para comprarem um apartamento, mas agora está completamente zerado.
Ele conta que até o momento os bancos não desfizeram as transações para reaver tudo que foi roubado, pois o criminoso sabia todas as senhas. “Me ajudem a espalhar esse relato, façam chegar aos bancos, eu não estou pedindo para ganhar dinheiro, eu só preciso que eles devolvam o que é meu e que foi tirado de mim durante um crime”, escreveu Murilo.
Como agir em caso de estupro
É importante lembrar que o crime de estupro é qualquer conduta, com emprego de violência ou grave ameaça, que atente contra a dignidade e a liberdade sexual de alguém. O elemento mais importante para caracterizar esse crime é a ausência de consentimento da vítima. Portanto, forçar a vítima a praticar atos sexuais, mesmo que sem penetração, é estupro (ex: forçar sexo oral ou masturbação sem consentimento).
Uma pessoa que tenha passado por esta situação normalmente encontra-se bastante fragilizada, contudo, há casos em que a vítima só se apercebe do ocorrido algum tempo depois. Em ambos os casos, é muito importante que a vítima tenha apoio de alguém quando for denunciar o ocorrido às autoridades, pois relatar os fatos costuma ser um momento doloroso. Infelizmente, apesar da fragilidade da vítima é importante que ocorra a denúncia para que as autoridades possam tomar conhecimento do ocorrido e agir para a responsabilização do agressor.
Antes da reforma do Código Penal em setembro de 2018, alguns casos de estupro só podiam ser denunciados pela própria vítima. Isso mudou, o que significa que se outra pessoa denunciar um estupro e tiver provas, o Ministério Público poderá processar o caso mesmo que o denunciante não tenha sido a própria vítima.