Netflix: 5 motivos que fazem de ‘Bom Dia, Verônica’ uma ótima série
O primeiro suspense da Netflix no Brasil mostra violência doméstica e sexual, corrupção policial e a vida de um assassino em série de uma forma intrigante
Lançada em 1º de outubro deste ano, “Bom, Dia Verônica” é a primeira aposta da Netflix Brasil em fazer uma série original do gênero suspense. E, deu certo! Não à toa que está sendo uma das séries mais assistidas e comentadas nos últimos dias. A trama nacional é baseada no livro homônimo escrito por Raphael Montes e Ilana Casoy, que assinaram a obra sob o pseudônimo de Andrea Killmore.
A série aborda temas sensíveis como violência doméstica, abuso sexual, corrupção policial, intrigas familiares, psique, psicopatia de um serial killer de uma forma bem peculiar, mas também conta com um elenco de peso: Tainá Müller (Verônica Torres), Camila Morgado (Janete) e Eduardo Moscovis (Cláudio Antunes Brandão).
A história
Durante a série, a personagem Verônica, escrivã da Delegacia de Homicídios de São Paulo, se joga em duas investigações que são cheias de suspense e ação. Na história, ela faz de tudo para ajudar duas vítimas de violência, sendo a primeira uma abusada sexualmente por um golpista de sites de relacionamento e uma outra que é atacada psicológico e fisicamente pelo seu marido.
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Mas, para realizar isso, a policial precisa enfrentar alguns obstáculos diariamente em sua vida, o que a faz ir além do seu limite.
No meio do caminho, Verônica esbarra com as tentativas de impedimento de seu “padrinho”, o Delegado Carvana, interpretado pelo ator Antônio Grassi. Além dele, ela tem grandes atritos com a personagem feita por Elisa Volpatto, Anita, delegada e autoridade acima de Verônica na trama.
A escrivã é casada, tem dois filhos pré-adolescentes e cuida de seu pai, que perdeu a consciência após um suspeito caso corrupção envolvendo seu nome, inclusive acusado de matar a própria mulher, mãe de Verônica.
No meio da história, Verônica cansa da vida que leva e começa a corresponder a um possível “affair” com Nelson, vivido pelo ator Sílvio Guindane. Que, aliás, é uma peça chave para o avanço dos casos de Verônica, já que ele é o “hacker” da delegacia.
Agora que estão apresentadas as principais características da história de Verônica na série, vamos para a listinha de motivos que fazem “Bom Dia, Verônica” ser uma ótima série, apesar dos momentos aterrorizantes. Vem!
1 – Fotografia da série
Não tem como não falar da fotografia desta obra. A qualidade da câmera ao capturas as cenas são realmente muito boas. Há momentos perturbadores durante a série que as imagens coincidem com o sentimento retratado pelas personagens.
Mas é nobre também falar que a visão de cima que deram de São Paulo é magnífico. Entre as luzes e os prédios acinzentados, o que chama atenção, são as transições, o espaço ficou muito bem característico e representado pela velocidade que a cidade tem.
2 – Roteiro bem construído e fora da caixinha
Aqui podem haver discordâncias, mas não há como negar que é uma história que te deixa curioso para saber o que acontece depois e depois. Esse tipo de série já foi feita um milhão de vezes, mas o toquinho brasileiro que deram nela é que a faz diferente.
Em um mundo que se discute tanto sobre temas sensíveis como o machismo, o abuso policial, a violência doméstica, por que não colocar isso tudo dentro de comboio e transformar numa série de suspense policial? A sacada de colocar um coronel da Polícia Militar de São Paulo como o maior vilão da série foi arriscada, mas genial.
3- Um vilão que te faz realmente odiá-lo
Eduardo Moscovis interpreta Cláudio Antunes Brandão, um assassino em série que também é coronel da Polícia Militar de São Paulo. Foi polêmico colocar um PM nessa posição? Foi. Ficou muito bom? Ficou.
Brandão é o tipo de personagem que você odeia só de olhar. Ele é perverso, enigmático, apático e muito, muito violento. Cheio de transtornos mentais causados pela perda da mãe ainda garoto, ele executava mulheres jovens que vinham do Maranhão, sua cidade natal.
Obrigando sua esposa, Janete, a participar dos crimes, ele arma situações perfeitas para captura e leva as vítimas para uma espécie de porão, onde ele as pendura com ganchos, abusa delas e depois mata.
4 – A atuação impecável de Camila Morgado
Camila Morgado não é a protagonista dessa série, mas poderia ser. Ela, que já interpretou Olga Benário, no filme Olga (2004), a determinada Manuela, na A Casa das Sete Mulheres (2003), entregou uma personagem de tirar o fôlego.
Dadas as circunstâncias da temática pesada que a personagem vive, a violência doméstica, Camila fez questão de mostrar mais uma vez que é atriz com “a” maiúsculo! Janete é uma personagem que foi transformada a força pelo seu marido, Brandão. De uma mulher feliz de Jarles à uma enclausurada violentada e triste.
A história de Janete é a que mais toca no coração e na alma do expectador. Apesar de ser de conhecimento de alguns que mulheres são violentadas diariamente, enxergar a situação de Janete é algo desesperador. Como que ela foi parar ali? Por que ela não morreu igual as outras mulheres? Por que ela não foge? São muitos porquês durante a série, mas não tem como não ser compadecido por ela, principalmente sabendo de como a história dela termina.
5 – A personagem principal
Não há como negar que Tainá Muller encarnou a personagem Verônica de uma forma autêntica. Verônica é determinada pela busca de justiças, assim como ela acredita que seu pai também foi, quando era policial.
Verônica é casada com Paulo, interpretado por César Mello. Diferentemente do que é imposto pela sociedade, a mulher da relação é a que fica mais tempo fora de casa resolvendo os pepinos do trabalho. Sendo o pai, a figura que “cuida” mais dos filhos.
Além disso, Verônica é a personificação de uma policial mais humanizada, principalmente no meio que ela vive, entre corruptos. Essa sagacidade e autonomia vista na personagem traz um toque especial para série, mostrando que mulheres também sabem e devem estar no comando.
A psique de Verônica é mostrada através de cenas psicodélicas que passam por sua cabeça quando fica aflita. Isso mostra um lado vulnerável dela e que faz quem assiste entender o motivo dela enfrentar tantos problemas psicológicos.
Veja o trailer: