Os 10 discursos mais marcantes que pudemos testemunhar no Oscar

Choro convulsivo, alegria efusiva e justiça social: há 92 anos, um dos momentos mais aguardados da premiação é o discurso dos vencedores

Com o anúncio da lista dos indicados ao Oscar 2020, feito nesta segunda-feira, 13, os olhos dos amantes da sétima arte ao redor do mundo se voltaram para detalhes e curiosidades da maior premiação mundial do cinema.

Alguns dos momentos mais esperados do Oscar são sempre os discursos que atores e produtores devem fazer ao receber a estatueta. A expectativa é de que os vencedores se manifestem em prol de causas político-sociais, ou ao menos nos propiciem boas risadas com suas pérolas.

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Da esquerda para a direita: Halle Berry, Roberto Benigni e Olivia Colman
Créditos: reprodução
Da esquerda para a direita: Halle Berry, Roberto Benigni e Olivia Colman

Como se esquecer da reação extremamente emotiva de Halle Berry, em 2002, quando tornou-se a primeira mulher negra a vencer o Oscar de “Melhor Atriz”? Ou, ainda, quando Marlon Brando recusou a estatueta por sua performance em “O Poderoso Chefão”, e enviou uma representante indígena para protestar no palco?

Os discursos da premiação da Academia têm o poder de nos transformar, nos inspirar e/ou nos entreter, e por isso recomendo a você os 10 discursos mais marcantes (segundo minha opinião, rs) de todas as 92 edições do Oscar.

Confira:

Hattie McDaniel (“Melhor Atriz Coadjuvante” por “E o Vento Levou”, em 1940) – a primeira mulher a ganhar uma estatueta do Oscar, num tempo em que o racismo era latente nos Estados Unidos.

Marlon Brando (“Melhor Ator” por “O Poderoso Chefão”, em 1973) – O ator recusou a estatueta e enviou uma representante dos povos indígenas, Sacheen Littlefeather, para fazer um discurso em seu nome, protestando contra a forma como os Estados Unidos e Hollywood discriminavam os nativos americanos.

Tom Hanks (“Melhor Ator” por “Philadelphia”, em 1994) – Tom Hanks agradeceu por dois homens muito importantes em sua vida: um professor de teatro e um colega de classe. Segundo o ator, dois homens gays maravilhosos. “Philadelphia” foi um dos primeiros filmes comerciais de “Hollywood” a falar abertamente sobre HIV e Aids.

Roberto Benigni (“Melhor Ator” e “Melhor Filme Estrangeiro” por “A Vida é Bela”, em 1999) – Provavelmente uma das reações mais inusitadas e expressivas já vistas na premiação, dignas de um autêntico italiano.

Halle Berry (“Melhor Atriz” por “A Última Ceia”, em 2002) – A reação mais emocionada de alguém a ganhar um Oscar. Halle Berry se consagrou como a primeira (e única, até hoje) mulher negra a ganhar uma estatueta na categoria “Melhor Atriz”. Muito emocionada, Halle disse que aquele momento foi “muito maior do que ela” e que a porta estava aberta a partir daquela noite para as atrizes negras.

Kathryn Bigelow (“Melhor Diretora” por “Guerra ao Terror”, em 2010) – Kathryn foi a primeira e única mulher a conseguir uma estatueta na categoria (apenas outras quatro foram indicadas em toda a história).

Produtores de “Moonlight” (“Melhor Filme”, em 2017) – Primeiro, anunciaram que o filme “La la land” havia conquistado a estatueta. Elenco e produtores subiram ao palco, discursaram, mas quase ao final, reconheceram que o anúncio havia sido feito de forma errada, e o verdadeiro vencedor da noite era o filme “Moonlight”. Um equívoco que entrou para a história da Academia.

Frances McDormand (“Melhor Atriz” por “Três Anúncios Para Um Crime”, em 2018) – Em um discurso cheio de ironias, Frances pediu para todas as mulheres indicadas a alguma categoria do Oscar se levantassem junto com ela para serem aplaudidas pela plateia. A atriz ainda avisou aos homens que não chegassem nelas nas festas, mas que ouvissem suas histórias e a convidassem para trabalhos.

Spike Lee (“Melhor Roteiro Adaptado” por “Infiltrado na Klan”, em 2019) – Spike Lee fez um dos discursos mais memoráveis de 2019, quando citou as eleições de 2020, que “estariam logo ali”. “Vamos fazer a coisa certa. Vamos todos nos mobilizar. Vamos todos ficar do lado certo da história. Fazer a escolha moral do amor contra o ódio.”, disse ele em um claro ataque ao presidente dos EUA, Donald Trump.

Olivia Colman (“Melhor Atriz” por “A Favorita”, em 2019) – Um dos discursos mais hilários e genuínos da história do Oscar. Olivia superou a favoritíssima Glenn Close na categoria, e ficou visivelmente surpresa com o resultado. No discurso, a atriz soltou pérolas que fazem o público se divertir até hoje.