Oscar da diversidade: mulheres, pretos e asiáticos ganham várias categorias
Que a mais popular premiação do cinema aconteça sempre assim: com mais espaço para pessoas não-brancas e de outras nacionalidades
A 93ª edição do Oscar fez história. Não só por conta do último ano, guiado pela pandemia do novo coronavírus, que esvaziou os cinemas em todo mundo, mas também, e principalmente, por ter premiado tantas mulheres, negros e asiáticos em suas principais categorias.
Favorita na premiação, a chinesa Chloé Zhao se sagrou a segunda mulher na história a levar a estatueta de Melhor Direção. Kathryn Bigelow foi a primeira, em 2010, por “Guerra ao Terror”. No ano passado, o sul-coreano Bong Joon-Ho levou a estatueta por “Parasita”, ou seja, por dois anos seguidos os norte-americanos ficaram sem levar o prêmio. Chloé também levou “Melhor Filme” por “Nomadland”, o maior filme da noite.
Oscar 2021: confira os filmes vencedores da premiação
- O musical que você precisa assistir quando for a NY
- 43 filmes e séries chegam na Netflix em junho; confira!
- Embratur e Salvador são destaques do 2° Prêmio do Afroturismo
- 26 filmes e séries chegam ao catálogo do Prime Video; confira
Em se tratando de atuação, tivemos dois prêmios para atores e atrizes não-brancos. Daniel Kaluuya levou a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante por “Judas e o Messias Negro”, e a sul-coreana Yuh-Jung Youn desbancou a veterana Glenn Close e ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por “Minari”.
Para “Roteiro Original”, Emerald Fennel levou a estatueta pelo filme “Bela Vingança”. Na história da premiação, apenas 8 mulheres ganharam o Oscar na categoria. E é interessante lembrar que o longa tem uma quebra de paradigmas ao mostrar a história de Cassandra Thomas, uma mulher que finge estar bêbada para se vingar de homens que tentam abusar sexualmente dela.
Quando se trata de Melhor Curta-Metragem, “Dois Estranhos” levou a estatueta por retratar a história de um homem que faz diversas tentativas de voltar para casa, mas se vê forçado a reviver um confronto mortal com um policial. Em seu discurso de vencedor, o diretor do curta, Travon Free, criticou os assassinatos de negros pela polícia norte-americana.
E até mesmo na música foi uma mulher negra que chamou a atenção das câmeras no Oscar. H.E.R levou a estatueta de Melhor Canção Original pelo filme “Judas e o Messias Negro”, pela música “Fight For You”. A composição fala de liberdade e da força da união do povo preto para lutar.
A título de conhecimento, também, este ano teve a primeira indicação a Melhor Ator a um homem mulçumano. Riz Ahmed disputou a estatueta com o Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues”), Anthony Hopkins (“Meu Pai”), Gary Oldman (“Mank”) e Steve Yeun (“Minari”), categoria que sagrou Hopkins vencedor.
E é assim que esperamos que o Oscar aconteça ao longo dos anos: com cada vez mais diversidade e espaço para pessoas não-brancas e de outras nacionalidades. Como disse Arthur Xexéu na transmissão do Oscar exibida pela GloboPlay, se Fernanda Montenegro tivesse concorrido ao Oscar por “Central do Brasil” no atual momento, muito provavelmente teria vencido.