PA revela ida à delegacia para denunciar racismo dos fãs de Jade Picon
"Eu não vou deixar passar. Quer me chamar de feio, beleza, racismo é uma coisa pesada", disse o atleta
Paulo André Camilo, o PA, vice campeão do BBB 22 revelou durante entrevista ao podcast PodDelas, que precisou ir até uma delegacia registrar queixa contra ataques racistas que sofreu do um fã de Jade Picon, com quem viveu um romance dentro do reality da TV Globo.
PA ficou chateado com a situação e disse que não entende porque fãs não aceitam que ele e Jade decidiram seguir caminhos diferentes após a saída do BBB 22.
“A gente teve uma parada muito maneira, foi muito intenso, foi maneiro, mas saímos, ela tem a vida dela. Não deu certo, as pessoas criaram expectativas. A gente conseguiu manter uma amizade. Mas é triste porque eles não entendem isso, não sei o que aconteceu com o fandom [fã-clube]. Boa parte dessa galera, eles travam uma guerra, existe um conflito entre os meus fãs e os dela”, afirmou PA.
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“Eu fico triste, não fizemos nada de errado um com o outro. Depois da casa, a gente se pegou, mas ela seguiu a vida dela, eu a minha”, continuou o atleta.
PA ainda ressaltou que não tolera ataques racistas na internet. “Não façam isso, são ataques pesados, tive que ir na delegacia assinar um negócio de racismo na internet. Eu não vou deixar passar. Quer me chamar de feio, beleza, racismo é uma coisa pesada”, disse o ex-BBB.
Como denunciar
Para denunciar casos de racismo em páginas da internet ou em redes sociais, o usuário deve acessar o portal da Safernet e escolher o motivo da denúncia.
Além disso, é necessário enviar o link do site em que o crime foi cometido e fazer um comentário sobre o pedido. Após esses passos, será gerado um número de protocolo, que o usuário deve usar para acompanhar o processo.
Se atente em unir provas! O primeiro passo é tirar prints da tela para que você possa comprovar o crime e ter como denunciar. Depois, denuncie o usuário pelo serviço de denúncias da rede social em que ocorreu o ato.
Disque 100
O Disque 100 é serviço do Governo Federal para receber denúncias de violações de direitos humanos.
Desde 2015, o serviço conta com dois módulos novos: um que recebe denúncias de violações contra a juventude negra, mulher ou população negra em geral e outro específico para receber denúncias de violações contra comunidades quilombolas, de terreiros, ciganas e religiões de matriz africana.
O serviço também aceita denúncias online de discriminação ocorrida em material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de idéias ou teorias racistas disseminadas pela internet.
Delegacias
A denúncia contra crime de racismo pode ser feita em delegacias comuns e naquelas especializadas em crimes raciais e delitos de intolerância. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) cumprem essa função.
Atualmente, o Decradi está vinculado ao Departamento Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em São Paulo, e ao Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil, além de estar inserida no programa Delegacia Legal, no Rio.
Em outros estados, existem delegacias especializadas em crimes cometidos em meio eletrônico, que podem ser acionadas em situações de injúria racial virtual.
Posso processar o agressor?
Sim! Tanto para racismo quanto para injúria racial, após o boletim de ocorrência, é possível ingressar com duas ações, sendo uma criminal e cível. O processo criminal é importante para dar força ao processo cível, que tem por objetivo conseguir uma indenização.
No caso do crime de racismo, o processo fica a cargo do Ministério Público e a indenização deve ser direcionada ao grupo atingido ou a uma entidade que represente esse grupo. Caso seja crime de injúria racial a indenização é para a vítima direta do crime.
Cuidados a se tomar em casos de racismo
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Não compartilhe publicações
É muito comum nas redes sociais compartilharmos publicações com teor racista como forma de denunciar os casos ou interagir com as postagens criminosas. Esse comportamento não é recomendado.
A recomendação é que as pessoas só denunciem nos canais apropriados para evitar dar mais visibilidade ao agressor, que se utilizam da viralização do discurso de ódio como plataforma para ganhar notoriedade.
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Procure um advogado
Ter o respaldo de um advogado é bastante recomendado quando se pretende entrar com uma ação contra um infrator.
O profissional irá orientar em relação às provas que devem ser apresentadas e também à punição que caberá aos criminosos.
O ideal é procurar sempre um advogado ativista na causa racial para acompanhar sua denúncia. Ele precisa entender os danos que tais consultas podem causar na vida alguém.