Produtor de remake de ‘Death Note’ fala sobre whitewashing

Masi Oka recebeu muitas críticas por causa do casting do filme

O mangá “Death Note” fez tanto sucesso que também rendeu um anime, games e até mesmo filmes live-ation, sendo um deles uma adaptação americana lançada pela Netflix a ser lançada no dia 25 de agosto.

O problema, no entanto, foi o casting dessa produção. Fãs ficaram decepcionados com a escolha de atores brancos para interpretar personagens japoneses, apontando mais um caso de whitewashing em Hollywood. Vale lembrar que neste ano, outro filme baseado em um mangá famoso foi alvo das mesmas críticas: “A Vigilante do Amanhã”, estrelado por Scarlett Johansson.

Nat Wolff interpreta Light Turner – ou Raito Yagami, na versão original de “Death Note”

O produtor Roy Lee ficou surpreso com a reação negativa ao primeiro trailer do live-action, e comentou ao Buzzfeed em abril que o remake é uma “interpretação da história [de Death Note] em uma cultura diferente, então existirão algumas mudanças óbvias. Algumas pessoas gostarão delas, outras, não”.

Já Masi Oka, que interpretou Hiro na série “Heroes” e também produz a nova versão de “Death Note”, justificou à Entertainment Weekly: “nossos diretores de casting fizeram uma busca extensiva para pegar atores asiáticos, mas não conseguimos encontrar a pessoa certa. Os atores com os quais falamos não falavam inglês perfeitamente… E os personagens foram reescritos”. Ele completou: “eles poderiam ter feito com um ator asiático, não posso negar isso. Os estúdios foram inflexíveis sobre tentar contratar atores asiáticos. Digo, foi difícil. Foi algo de que definitivamente tínhamos consciência”.

As declarações não foram bem recebidas. Tanto que três meses após a sua entrevista com a Entertainment Weekly, Oka se explicou novamente ao Buzzfeed. “Queremos que os fãs saibam que será um filme diferente, [mas] terá um monte dos princípios [do ‘Death Note’ original]”, assegurou.

Oka também disse que fez questão de ir ao Japão e fazer audições com atores japoneses, coreanos e chineses. “Não estou dizendo que asiáticos não podem interpretar asiáticos-americanos. Não é isso. É só que eu especificamente queria me abrir para tornar isso uma propriedade global”.

Nascido no Japão e criado nos Estados Unidos, o ator, produtor e artista de efeitos especiais também sabe que é mais difícil para artistas não-brancos depontarem em Hollywood. “Eu quero retribuir à comunidade”, disse, “[mas] há coisas que posso fazer e não posso fazer. Enquanto um filme for um processo colaborativo, vou lutar. Sempre lutarei pelos meus irmãos e irmãs”.