Racismo: Apresentadora da GNT é detida em Portugal
"Minha chegada a Portugal foi traumática, fui encaminhada pra tal salinha da Polícia Federal onde lá estavam mais 6 negros, todos brasileiros", relatou Ana
A apresentadora da GNT Ana Paula Xongani relatou neste último domingo, 11, ter sido vítima de racismo ao desembarcar em um aeroporto de Portugal. Ela foi parada na imigração e teve que ficar aproximadamente sete horas em uma sala de verificação da Polícia Federal.
Assustada, Xongani fez uma denúncia pelos Stories do seu instagram a violência sofrida: “Fui parada na imigração, fiquei 7 horas numa salinha com outros brasileiros negros. Tirem aí suas próprias conclusões sobre xenofobia e racismo, e essa foi a minha recepção a Europa”.
Ana Paula ficou detida com mais seis brasileiros que também eram pessoas negras. Além de ser privada de se alimentar, ela teve que lidar com a ansiedade por viver essa situação.
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“Minha chegada a Portugal foi traumática, fui encaminhada pra tal salinha da Polícia Federal onde lá estavam mais 6 negros todos brasileiros, e por lá fiquei por 7 horas sem saber se seguiria viagem?! Fome, medo, angústia, ansiedade, estresse.”
Os fiscais da imigração desconfiaram se Xongani poderia de fato bancar com os custos de sua viagem.
Ana Paula, que também é influenciadora, disse que conseguiu provar suas informações e foi salva por conta do grande números de seguidores que tem no Instagram. “Dei sorte de ter o mínimo, um atendente disposto a descobrir quem eu sou pra além da sua imaginação estereotipada sobre mim!”, falou.
Depois da repercussão do caso, nesta segunda-feira, 12, ela voltou a se manifestar em seu perfil. A apresentadora agradeceu as mensagens e o acolhimento que está recebendo.
Racismo é crime
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.