Rock in Rio: Elza Soares faz protesto e público grita contra Bolsonaro
"Chega de perseguir os negros e pobres" , disse a cantora
Elza Soares fez protestos ao longo do seu show no Rock In Rio, neste domingo, em resposta o público ovacionou a cantora e entoou grito contra o presidente Jair Bolsonaro, neste domingo, 29.
A cantora de 82 anos não poupou frases contra o racismo. Em seu protesto, ela lembrou o assassinato da menina Ágatha, de Marielle Franco e do músico Evaldo Rosa que levou 80 tiros.
Elza também fez duras críticas à violência contra a mulher e disse que os brasileiros precisam aprender a votar.
“Esse povo sofrido, que sonha com um lugar melhor para viver. Sonha, mas é preciso acordar, minha gente! Lutar! Gritar, ir para as ruas, aprender a votar! Nós não sabemos. Vamos para as ruas, vamos buscar os nossos direitos. Esse Rio de Janeiro acabado, esse Rio de Janeiro completamente distorcido. Cadê o povo? Cadê a voz da gente? Cadê as mulheres? Somos faladeiras, vamos falar até não aguentar mais”, declarou Elza Soares no palco.
Após o discurso, o público gritou contra o presidente Jair Bolsonaro: “Ei Bolsonaro, vai tomar no c*”.
Antes de cantar com a convidada Kell Smith, na música Maria de Vila Matilde, do compositor Douglas Germano, Elza Soares também chamou as mulheres para gritar contra o machismo.
“Mulheres, a história agora é outra. Gemer, só de prazer. Chega de sofrer calada! Denuncie, por favor. É 180 [telefone para a Central de Atendimento à Mulher] neles! Machistas não passarão! E não é não”, disse a cantora, antes de puxar o coro clássico de repúdio a Bolsonaro: “Não é não”.
Outros protestos
Foram várias participações de convidados. Com Jéssica Ellen, Elza cantou A Carne. Com As Bahias e a Cozinha Mineira, a cantora apresentou Se acaso você chegasse e gritou “viva as travestis!”.
Outro convidado, Edgar subiu ao palco para cantar Blá Blá Blá e iniciou sua participação dizendo: “o futuro é um presidente com medo de nós”. Elza Soares se despediu cantando Volta por Cima com todos os convidados no palco.
A primeira semana de shows do Rock in Rio contou com outras manifestações contra Bolsonaro.