Taís Araújo sugere boicote à empresas racistas após morte de João Alberto
"É preciso que repensemos se vale pena continuar enriquecendo empresas que tratam as pessoas dessa forma", disse a atriz
A atriz Taís Araújo sugeriu boicote à empresas que perpetuam atos após o assassinato de João Alberto, o homem negro espancado e asfixiado até a morte, em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS) por dois seguranças brancos, na véspera do Dia da Consciência Negra.
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“Em 2019 um jovem PRETO foi chicoteado por seguranças do supermercado Ricoy. No mesmo ano João Pedro Gonzaga, também PRETO, foi enforcado por seguranças de um supermercado Extra…”, iniciou a Taís Araújo.
Em 2019 um jovem PRETO foi chicoteado por seguranças do supermercado Ricoy. No mesmo ano João Pedro Gonzaga, também PRETO, foi enforcado por seguranças de um supermercado Extra…
— Taís Araujo (@taisdeverdade) November 20, 2020
“Ontem, o João Alberto Silveira, adivinhem, PRETO, foi espancado até a morte também por seguranças de um supermercado da rede Carrefour. Os espaços comerciais e as empresas de segurança precisam repensar o sentido de proteção urgente! O significado de segurança é proteger ou matar?”, questionou Taís Araújo.
Os espaços comerciais e as empresas de segurança precisam repensar o sentido de proteção urgente! O significado de segurança é proteger ou matar?
— Taís Araujo (@taisdeverdade) November 20, 2020
“Qual é o critério usado para proteger as pessoas? Não dá pra se sentir seguro! É preciso que repensemos se vale pena continuar enriquecendo empresas que tratam as pessoas dessa forma, principalmente aquelas que são vítimas de crimes como o racismo”, sugeriu Taís Araújo.
“Parece repetitivo. E é! Pessoas negras sendo chicoteadas, enforcadas e espancadas por agentes que deveriam zelar pela segurança, me lembra um passado triste e não tão distante de linchamentos e barbáries no nosso país. E eu te pergunto: Como celebrar a data de hoje?”, finalizou a atriz.
Parece repetitivo. E é! Pessoas negras sendo chicoteadas, enforcadas e espancadas por agentes que deveriam zelar pela segurança, me lembra um passado triste e não tão distante de linchamentos e barbáries no nosso país.
E eu te pergunto: Como celebrar a data de hoje?
— Taís Araujo (@taisdeverdade) November 20, 2020
Entenda o caso
Na noite desta última quinta-feira, 19, um homem negro foi espancado e morto por dois homens brancos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, véspera do Dia da Consciência Negra. O homem identificado como João Alberto Silveira Freitas, tinha 40 anos, e foi agredido em uma unidade do supermercado Carrefour. As imagens da agressão foram gravadas e estão circulando pelas redes sociais.
Os dois suspeitos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles trabalha na polícia militar e foi levado a um presídio militar. Já o outro é segurança está em um prédio da Polícia Civil. A investigação está tratando o crime como homicídio qualificado.
A Brigada Militar, como é chamada a Polícia Militar no Rio Grande do Sul, informou que a violência dos seguranças iniciou depois de um desentendimento entre a vítima e uma funcionária do mercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha. De acordo com informações da polícia, a vítima teria ameaçado bater na funcionária, que chamou a segurança.
“A esposa [de João Alberto] referiu que eles estavam no mercado fazendo compras, que o marido fez um gesto, que ela não soube especificar, para a fiscal. E ele teria sido conduzido para fora do mercado”, disse a delegada Roberta Bertoldo ao G1.
João Alberto foi direcionado para área de caixas na entrada da loja e teria, de acordo com apuração da Polícia Civil, começado a briga após dar um soco no PM. Logo depois, João Alberto foi assassinado.