Taís Araújo sugere boicote à empresas racistas após morte de João Alberto
"É preciso que repensemos se vale pena continuar enriquecendo empresas que tratam as pessoas dessa forma", disse a atriz
A atriz Taís Araújo sugeriu boicote à empresas que perpetuam atos após o assassinato de João Alberto, o homem negro espancado e asfixiado até a morte, em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS) por dois seguranças brancos, na véspera do Dia da Consciência Negra.
“Em 2019 um jovem PRETO foi chicoteado por seguranças do supermercado Ricoy. No mesmo ano João Pedro Gonzaga, também PRETO, foi enforcado por seguranças de um supermercado Extra…”, iniciou a Taís Araújo.
“Ontem, o João Alberto Silveira, adivinhem, PRETO, foi espancado até a morte também por seguranças de um supermercado da rede Carrefour. Os espaços comerciais e as empresas de segurança precisam repensar o sentido de proteção urgente! O significado de segurança é proteger ou matar?”, questionou Taís Araújo.
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“Qual é o critério usado para proteger as pessoas? Não dá pra se sentir seguro! É preciso que repensemos se vale pena continuar enriquecendo empresas que tratam as pessoas dessa forma, principalmente aquelas que são vítimas de crimes como o racismo”, sugeriu Taís Araújo.
“Parece repetitivo. E é! Pessoas negras sendo chicoteadas, enforcadas e espancadas por agentes que deveriam zelar pela segurança, me lembra um passado triste e não tão distante de linchamentos e barbáries no nosso país. E eu te pergunto: Como celebrar a data de hoje?”, finalizou a atriz.
Entenda o caso
Na noite desta última quinta-feira, 19, um homem negro foi espancado e morto por dois homens brancos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, véspera do Dia da Consciência Negra. O homem identificado como João Alberto Silveira Freitas, tinha 40 anos, e foi agredido em uma unidade do supermercado Carrefour. As imagens da agressão foram gravadas e estão circulando pelas redes sociais.
Os dois suspeitos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles trabalha na polícia militar e foi levado a um presídio militar. Já o outro é segurança está em um prédio da Polícia Civil. A investigação está tratando o crime como homicídio qualificado.
A Brigada Militar, como é chamada a Polícia Militar no Rio Grande do Sul, informou que a violência dos seguranças iniciou depois de um desentendimento entre a vítima e uma funcionária do mercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha. De acordo com informações da polícia, a vítima teria ameaçado bater na funcionária, que chamou a segurança.
“A esposa [de João Alberto] referiu que eles estavam no mercado fazendo compras, que o marido fez um gesto, que ela não soube especificar, para a fiscal. E ele teria sido conduzido para fora do mercado”, disse a delegada Roberta Bertoldo ao G1.
João Alberto foi direcionado para área de caixas na entrada da loja e teria, de acordo com apuração da Polícia Civil, começado a briga após dar um soco no PM. Logo depois, João Alberto foi assassinado.