‘Vi a perna dele voando’, disse mãe de jovem morto por Bruno Krupp
"Vi o meu filho estendido no chão, me pedindo socorro", relatou Mariana Cardim de Lima
Mariana Cardim de Lima, a mãe do jovem João Gabriel Cardim, que foi atropelado e morto pelo influenciador Bruno Krupp, concedeu entrevista exclusiva ao Fantástico, da TV Globo, e falou pela primeira vez sobre o ocorrido. “Vi o meu filho estendido no chão, me pedindo socorro”, relatou.
Na noite do atropelamento, João Gabriel caminhava até a orla da praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, junto da mãe, quando foi acertado em cheio por uma moto em alta velocidade. Apesar de ter sido socorrido, e levado ao hospital, os ferimentos eram graves e ele não resistiu.
“Era a pessoa mais importante, pela qual acordava, eu ia dormir”, relembra a mãe Mariana.
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Uma câmera fez o registro do momento em que mãe e filho atravessavam em direção à praia. João Gabriel teve a perna amputada no momento do impacto.
“Antes da gente atravessar, a gente olhou, e estava muito distante mesmo os carros e não tinha nenhuma projeção de nada perto da gente, mas em segundos ele, a moto estava em cima dele, e aí eu já perdi a noção do que que eu estava vendo. Eu vi a perna dele voando, eu vi o meu filho estendido no chão, me pedindo socorro. Eu comecei a gritar e pedir ajuda a todo mundo”, relata Mariana.
Jovem socorrido por médica
Uma outra mulher aparece nas gravações correndo em direção a mãe e filho. Essa é a médica mineira Priscila Rocha, que por acaso passava no local. “Iniciei as massagens cardíacas. Em pouco tempo, ele abriu os olhos e comentou que estava doendo um pouco o tórax. E aí eu perguntei o nome dele, vi que ele estava consciente. Tentei acalmá-lo, acalmar a mãe também”, falou Priscila.
Mãe e filho tinham saído de uma confraternização de família. Eles resolveram atravessar a avenida para passar na praia antes de voltar para casa.
“A gente ia por no pé na areia, pegar a energia do mar, a gente sempre agradece, eu sempre ensinei a ele a agradecer, agradecer por tudo”, relata Mariana.
https://twitter.com/MidiasSo/status/1556619366250192896
“Eu não bebi, eu não usei droga, eu não fiz nada, gente, foi um acidente”, disse Bruno Krupp após atropelar e matar jovem.
Blitz, estupro e estelionato
O atropelamento acabou trazendo à tona um passado de Bruno Krupp que era desconhecido. Três dias antes dele cometer o atropelamento do jovem João Gabriel, ele havia sido parado em uma blitz, com a mesma moto sem placa que causou o acidente. Sem habilitação, ele se negou a realizar o teste do bafômetro.
As autoridades policiais também puxaram no histórico de Bruno que ele é investigado por estelionato e estupro. Em julho, uma mulher fez um boletim de ocorrência contra o modelo por violência sexual. Acompanhada do pai, um jovem foi à delegacia denunciar Krupp por estupro.
Uma outra mulher de 28 anos, ao ter conhecimento do caso pelos noticiários, publicou nas redes sociais que passou pela mesma situação com o influenciador há seis anos. Ela disse que tinha vergonha de fazer a denúncia na época, no entanto foi até a delegacia na última semana prestar queixa.
Após o relato nas redes sociais, mais 40 mulheres mandaram mensagens afirmando que também sofreram estupro de Bruno Krupp, e que também tinha vergonha de denunciar. Uma das possíveis vítimas chegou a tirar foto da violência que teria sido deixada por Bruno no corpo dela.
Todas as acusações de estupro estão passando por investigação. O atropelamento também continua sendo investigado. O modelo responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.