William Bonner sai em defesa de Cacau Protásio após caso de racismo

Apresentador comentou sobre ofensas racistas e gordofóbicas de um membro do quartel de Bombeiros

28/11/2019 22:32

William Bonner saiu em defesa de Cacau Protásio, durante o Jornal Nacional, da Globo, nesta quinta-feira, 28. O apresentador anunciou a reportagem sobre os ataques racistas dos quais a humorista foi vítima e disse que Cacau é uma “atriz talentosa e cidadã que merece respeito”.

William Bonner prestou solidariedade a Cacau Protásio no JN
William Bonner prestou solidariedade a Cacau Protásio no JN - Reprodução/Globo

A matéria relatou que Protásio foi ofendida por um membro do quartel de Bombeiros no Rio de Janeiro após gravar cenas de um filme no local.

O homem gravou um vídeo e áudios onde proferia ofensas racistas, gordofóbicas e homofóbicas contra a atriz e os bailarinos que a acompanhavam na gravação. “Olha a vergonha no pátio do quartel central. Essa mulher do ‘Vai que Cola’, aquela gorda, colocou a farda e botou os dançarinos viados com roupa de bombeiro. Isso é um esculacho, rapaz. Qual é a desse comandante? Vai deixar uma putaria dessas no pátio do quartel?”

Outro reforçou a fala de forma ainda mais pejorativa: “Vergonhoso. Mete aquela gorda, preta, filha da puta numa farda de bombeiro, uma bucha de canhão daquela, com um monte de bailarino viado, quebrando até o chão. Vão achar que é o que? Bombeiro? Aquilo é tudo viado. Lamentável.”

Abalada, Cacau usou as redes sociais para se defender das agressões: “Sou negra, sou gorda, sou brasileira e sou atriz. Eu conto história, conto ficção. E eu não mereço ser agredida assim, como nenhuma pessoa. Eu respeito a opinião de alguns bombeiros de ‘ah, eu não acho certo’, mas vai ver realmente a história, vai ver o que é antes de agredir.”

Cacau disse ainda que printou todas as ofensas que viu na internet. “Porque isso é crime, você ser preconceituoso, racismo é crime. Você pode não gostar, mas você tem que respeitar. E por que esse ódio? Eu juro que não entendo”, indagou.

Racismo: como denunciar e o que fazer em caso de preconceito

Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.

Como denunciar pela internet
Para denunciar casos de racismo em páginas da internet ou em redes sociais, o usuário deve acessar o portal da Safernet e escolher o motivo da denúncia.

Além disso, é necessário enviar o link do site em que o crime foi cometido e fazer um comentário sobre o pedido. Após esses passos, será gerado um número de protocolo, que o usuário deve usar para acompanhar o processo.

Se atente em unir provas! O primeiro passo é tirar prints da tela para que você possa comprovar o crime e ter como denunciar. Depois, denuncie o usuário pelo serviço de denúncias da rede social em que ocorreu o ato.

Disque 100 
O Disque 100 é serviço do Governo Federal para receber denúncias de violações de direitos humanos.

Desde 2015, o serviço conta com dois módulos novos: um que recebe denúncias de violações contra a juventude negra, mulher ou população negra em geral e outro específico para receber denúncias de violações contra comunidades quilombolas, de terreiros, ciganas e religiões de matriz africana.

O serviço também aceita denúncias online de discriminação ocorrida em material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de idéias ou teorias racistas disseminadas pela internet.

Delegacias
A denúncia contra crime de racismo pode ser feita em delegacias comuns e naquelas especializadas em crimes raciais e delitos de intolerância. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) cumprem essa função.

Atualmente, o Decradi está vinculado ao Departamento Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em São Paulo, e ao Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil, além de estar inserida no programa Delegacia Legal, no Rio.

Em outros estados, existem delegacias especializadas em crimes cometidos em meio eletrônico, que podem ser acionadas em situações de injúria racial virtual.

Saiba mais no link.