Vendedor inventa ecobarreira para despoluir o rio de sua cidade

Em parceria com qsocial
16/03/2018 11:42 / Atualizado em 21/03/2018 15:25

Ele era mais conhecido em Colombo, no Paraná, como Diego do Morango, graças à atividade de vender frutas nos semáforos da cidade. Mas, graças a uma iniciativa de caráter ambiental que mudou a vida de muita gente na região, Diego Saldanha é, sobretudo, o cidadão que construiu, sozinho, uma ecobarreira para despoluir o rio que corta o município em que vive.

Estabelecer obstáculos para cruzar os braços e reclamar do poder público é o de praxe. Diego foi além, por razões diversas. Natural de Colombo, costumava nadar e pescar no rio Atuba, que passa ao lado de sua casa. E acompanhou de perto sua degradação com o passar dos anos, algo que incomodava não só a ele, mas aos habitantes locais em geral.

Em certo momento, resolveu botar a mão na massa para fazer algo que a administração municipal nunca realizou: em um ponto estratégico do rio, instalou uma ecobarreira feita de galões de água usados e pedaços de rede de proteção. O aparato acompaha as oscilações do nível da água, tornando mais eficiente a operação.

Os resíduos “pescados” pela ecobarreira são transformados em recursos financeiros para um colégio
Os resíduos “pescados” pela ecobarreira são transformados em recursos financeiros para um colégio

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Desde que foi colocado, em janeiro de 2017, o equipamento já “pescou” uma tonelada e meia de resíduos, entre embalagens diversas, garrafas PET, latinhas e velhos brinquedos. Entre eles, bonecas que são reformadas pela mãe de Diego e vendidas em um brechó da cidade.

A criatividade do vendedor de morangos, pai de dois filhos – cujo futuro também o motivou a construir a ecobarreira –, vai além da de inventor sustentável.

Com os objetos mais inusitados que recolheu no rio, montou um museu para conscientizar aqueles que se desfazem de tais artefatos atirando-os no Atuba. Entre os itens, há o motor de uma máquina de lavar roupas e uma cadeirinha infantil para veículos.

E o círculo de benfeitorias gerado pela “filtragem” das águas não para por aí. A maior parte dos resíduos coletados é vendida pelo colégio em que os filhos de Diego estudam; cerca de R$ 1.000 já foram arrecadados para os cofres da instituição de ensino.

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.