Acusado de estupro, aluno de medicina da USP não terá CRM
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que vai indeferir o registro profissional (CRM) do estudante de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Daniel Tarciso da Silva Cardoso, acusado de estupro por ao menos três alunas da graduação.
A decisão, divulgada nesta terça-feira, dia 8, permanece até que o órgão tenha “acesso integral aos autos de sindicância e processo da faculdade.”
Em nota publicada no site, o Conselho Regional diz: “O Cremesp não pode furtar-se à sua missão e responsabilidade legal de proteger a medicina e a sociedade, como bens maiores e absolutamente indissociáveis.”
“Um cidadão que, durante a faculdade de Medicina é formalmente acusado de estupro por colegas de graduação – se comprovada sua conduta – não pode ter o direito de exercer esta sagrada profissão, ligada, diretamente, à vida e à dignidade”, continua o texto do Cremesp.
A Superintendência Jurídica do órgão pediu à faculdade a cópia dos procedimentos administrativos aos quais foi submetido o acusado. Em outubro, a faculdade de medicina da USP anunciou que o aluno vai se formar na instituição (saiba mais aqui). No entanto, mesmo com o diploma, sem o CRM ele não poderá exercer a profissão legalmente.
Relembre o caso
O estudante Daniel Tarciso da Silva Cardoso, de 34 anos, é acusado de estuprar três alunas. Um dos casos investigados pela universidade contra o aluno virou processo que tramita em segredo na Justiça de São Paulo.
A vítima, uma estudante de enfermagem, afirma que foi dopada em uma festa da medicina. Durante o estupro, ela acordou e tentou reagir, mas foi imobilizada pelo acusado, que era policial militar. Ele alega que a relação foi consentida.
Além dos estupros, o aluno já foi acusado de homicídio quando era soldado da Polícia Militar, de onde pediu exoneração em 2008. Em fevereiro de 2004, na região central de São Paulo, ele teria atirado em outro homem em um bloco de Carnaval. O caso foi suspenso na Justiça.