Após agressão, professora é vítima de ataques de ódio na internet

22/08/2017 20:47

Professora foi agredida com socos por um estudante de 15 anos
Professora foi agredida com socos por um estudante de 15 anos

Nesta segunda-feira, 21, o Brasil viu mais uma notícia de descaso em relação à educação e aos professores. Márcia Friggi, de 51 anos, foi agredida com socos por um aluno após tê-lo expulsado da sala por mau comportamento.

Não bastasse a violência física, Friggi contou à “BBC Brasil” que o desabafo que fez no Facebook sobre o caso e a exposição na mídia levaram a profissional à receber uma série de ataques de ódio nas redes sociais.

“Estou estarrecida. Certas pessoas estão escrevendo que eu merecia isso, por meu posicionamento político de esquerda, de feminista”, contou ela ao site.

“Já atingiram o meu olho, mas não vão me calar. Na sala de aula é uma coisa, mas nas redes sociais tenho todo o direito de me expressar”, revelou Friggi, que, além de ser professora no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), onde aconteceu a agressão, também dá aula em uma escola da rede estadual de Santa Catarina.

Segundo Friggi, além das manifestações de solidariedade recebidas na sua postagem, que recebeu mais de 716 mil reações e 387 mil compartilhamentos na rede social, ela também foi vítima de ataques de ódio. Internautas teriam comentado que ela apanhou pouco e seria a própria culpada pelo acontecido.

“Se a senhora e vários outros professores se preocupassem em ensinar ao invés de imbecilizar os alunos, cenas como essa não existiriam nas escolas. Você é culpada por incentivar o desrespeito, a falta de educação, o vitimismo e o coitadismo”, disse um internauta.

Em virtude dos ataques, Márcia Friggi fechou seu perfil no Facebook para comentários. “Somos agredidos verbalmente de forma cotidiana. Fomos [os professores] relegados ao abandono de muitos governos e da sociedade”, disse ela à “BBC Brasil” sobre a situação dos professores no Brasil.

“Somos reféns de alunos e de famílias que há muito não conseguem educar. Esta é a geração de cristal: de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada”, lamentou.

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