Brasileiro percorre o mundo de bicicleta para dar aula a crianças

O arquiteto Argus Caruso encontrou diversos tipos de crianças e escolas, mas todas tinha algo em comum: o desejo de aprender

30/10/2014 15:16 / Atualizado em 04/05/2020 15:07

Entre 2001 e 2005, o arquiteto Argus Caruso viajou de bicicleta por 28 países espalhados por cinco continentes. Seu objetivo era ensinar crianças mundo afora, registrar e narrar suas aventuras em seu site.

O arquiteto durante sua viagem. Maior lição foi aprender a viver com pouco.
O arquiteto durante sua viagem. Maior lição foi aprender a viver com pouco.

Durante a missão, Caruso visitou escolas de todos os tipos, desde as mais modernas e equipadas até as mais simples e deficientes. Mesmo assim, ele conta, a reação das crianças era a mesma em todos os lugares: assim que o viam entrar na sala com sua bicicleta, se sentiam parte de sua aventura.

“Conheci muita gente bacana na jornada, me deparei com professores e pessoas interessadas que me levaram às salas de aula, para falar sobre minha viagem. No Cambodja, crianças saíram correndo atrás de mim, na rua, pedindo que eu as ensinasse. Elas queriam aprender, mas não havia professores para dar aula.”

Confira o relato de Argus Caruso aqui.

Educação em primeiro lugar

Até debaixo da ponte

A escola pode surgir em qualquer lugar, seja em cima da bicicleta, seja debaixo de uma ponte. Pelo menos foi assim que aconteceu na Índia. Quando o jovem indiano Rajesh Kumar Sharma se viu obrigado a abandonar a faculdade devido a dificuldades financeiras, ele se prometeu que faria o possível para impedir que outras pessoas passassem pela mesma situação. Hoje, com 40 anos, ele comanda uma escola gratuita para crianças pobres em Nova Déli, na Índia, que funciona sob uma ponte do metrô.

Ao menos 30 crianças das favelas da cidade e de vilarejos vizinhos comparecem todos os dias úteis da semana para, por duas horas, tomarem as lições de Sharma e de Laxmi Chandra, pós-graduado em ciências que o ajuda com as aulas. Leia mais no box ao lado.

Flutuante

Com pelo menos duas grandes enchentes por ano, Bangladesh costuma ver suas construções serem destruídas pela água. Para contornar o problema, o grupo Shidhulai Swanirvar Sangstha começou a investir em casas, hospitais e escolas flutuantes.

Para impedir que os estudos sejam afetados pelas enchentes, escola flutuante vai até a casa dos alunos durante o período de maré alta, se transformando em um misto de ônibus escolar e escola. Cada unidade possui biblioteca, internet e um laptop. Leia mais no box ao lado.

Até no contêiner

Na África do Sul, uma empresa de tecnologia construiu uma escola móvel ecológica, movida a energia solar. A Solar Powered Internet School é um contêiner de 12 metros de comprimento, que pode ser transportado para outros locais do país. A escola tem capacidade para 21 alunos e foi instalada pela primeira vez em Phomolog, zona rural de Joanesburgo.

Além de um sistema de resfriamento e isolamento para evitar o aquecimento do contêiner. Os painéis solares também ajudam a isolar a temperatura. Leia mais no box ao lado.