Mulheres africanas lutam contra a mutilação
Fátima Djarra Sani, nativa de Guiné-Bissau, tinha quatro anos e sua madrasta anunciou que seria “um grande dia” para ela e para sua irmã Binta, de oito anos.
Elas foram lavadas cuidadosamente, e uma comitiva de mulheres, vestidas com suas melhores roupas, dançavam e cantavam. Nesse dia, em um banheiro que não passava de um cubículo sujo de cimento, extirparam-lhe o clitóris e os pequenos lábios da vulva.
Para os mais velhos era a celebração de uma tradição, “porém nós agora sabemos que a mutilação é uma questão de saúde, que não tem nada de positivo”, explica Djarra, autora de “Indomable” [“Indomável”, em tradução livre], recém-publicado na Espanha.
Fátima Djarra Sani trabalha desde 2008 em território espanhol para conscientizar famílias de imigrantes sobre os perigos da MGF: ‘se nós mulheres africanas não nos levantarmos na luta contra a mutilação, ninguém vai fazê-lo por nós’