SP terá primeira Delegacia da Mulher 24 horas por dia

Violência não tem hora marcada: são mais de 527 mil estupros por ano no país; veja como assinar a petição

10/06/2016 12:35 / Atualizado em 09/08/2016 17:55

A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. Os dados, divulgados pelo 9º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelam uma situação alarmante: são mais de 50 mil vítimas de violência sexual todos os anos no país. E esse número pode ser ainda maior, pois a pesquisa só leva em conta casos que foram registrados em boletins de ocorrência – apenas 35% do total.

Embora a violência não tenha hora marcada, em São Paulo apenas nove delegacias têm atendimento especial para as mais de 5 milhões de mulheres que vivem na capital paulista. E, para piorar, nenhuma dessas delegacias funciona 24 horas por dia ou aos fins de semana.

Por isso, a rede “Minha Sampa” lançou uma petição on-line, direcionada ao secretário de segurança de SP, Mágino Alves. Depois de grande mobilização, o Governo anunciou no último domingo, dia 7 de agosto,  que a cidade terá a sua primeira Delegacia de Defesa da Mulher 24 horas.

Mesmo com a primeira conquista, a petição continua disponível na internet para levar atendimento 24h, em todos os dias da semana, às cinco regiões da cidade e a outros municípios do estado. O texto também procura aumentar a pressão por outras melhorias na qualidade do serviço. Para assinar, clique aqui.

A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil
A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil

Atendimento

De acordo com dados do Ipea, 90% dos casos de violência sexual no Brasil nunca chegarão a ser investigados. A estimativa é que sejam mais de 527 mil estupros por ano no país e o fato de não existir atendimento todos os dias, a qualquer hora, reduz as oportunidades para as denúncias ocorrerem.

“Quanto mais rápido a vítima puder fazer o boletim de ocorrência, maiores as chances de encontrar o agressor e obter provas das agressões. A agilidade também contribui na recuperação do trauma vivido pela mulher”, diz a petição.