Suspeito de assalto é amarrado a poste e morto por justiceiros no Maranhão

Efeito Sherazade: desde fevereiro do ano passado, números de linchamentos coletivos aumentou significativamente nas periferias de todo Brasil

No começo de 2014, um jovem negro foi amarrado, sem roupa, a um poste na zona sul do Rio de Janeiro, acusado de tentativa de roubo. Em rede nacional, a apresentadora de um telejornal afirmou que o espancamento era justificável. Tempos depois, revelou-se que os agressores contavam com histórico de estupro e lesão corporal.

Desde então, após pouco mais de um ano, inúmeros são os caos de linchamento público em diferentes regiões do Brasil. O último, na tarde da última terça-feira, aconteceu bairro São Cristovão, periferia de São Luís, no Maranhão.

Depois de anunciar um assalto a um bar da bairro, Cleydenilson Pereira Silva, 29 anos, foi imobilizado, agredido a socos, pedradas e garrafadas até não resistir aos ataques e morrer no local, devido à hemorragia. O linchamento coletivo, em resposta à tentativa de assalto, ocorreu em pleno meio-dia e foi testemunhado por dezenas de curiosos.

Em 2014, no Guarujá (SP), a dona de casa Fabiane Maria de Jesus morreu após ser espancada por populares. Inocente, Fabiane foi acusada de ser sequestradora de crianças

Além de Cleydenilson, um adolescente de 16 anos, suspeito de participar do assalto, também foi amarrado ao poste. Com sorte, foi salvo pela polícia e depois encaminhado para a Delegacia do Adolescente Infrator.

Os agressores

Segundo informações da Delegacia de Homicídios da capital maranhense, o caso está sendo investigado em sigilo, na busca pela identificação dos autores do linchamento. Até o momento, nenhum suspeito foi detido. Levado ao Instituto Médico Legal para reconhecimento da família, Cleydenilson deverá ser enterrado nos próximos dias.