Infertilidade: cientistas criam óvulos humanos em laboratório
Nem sempre o sonho de gerar um bebê é possível. Para algumas mulheres, essa é uma longa e difícil caminhada, que envolve não só recursos financeiros , mas também muito desgaste emocional. A ciência acaba de dar um importante passo para revolucionar o tratamento para infertilidade: a criação de óvulos humanos em laboratório.
Pela primeira vez na História, cientistas britânicos e norte-americanos cultivaram óvulos humanos em laboratório até a maturidade (ou seja, prontos para serem fecundados). Esta é uma descoberta que pode ajudar a desenvolver novas terapias regenerativas e tratamentos contra a infertilidade.
O estudo foi publicado na revista científica Molecular Human Reproduction, e não apenas tem potencial para ajudar no prolongamento da fertilidade feminina, como pode também ajudar mulheres com câncer que desejam ter filhos depois de passarem por um processo de quimioterapia. Pode ainda ajudar mulheres que sofrem de menopausa precoce.
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Foram mais de 30 anos de estudo – até então, os testes só tinham sido bem-sucedidos em ratos. Os óvulos foram desenvolvidos a partir do tecido ovariano de dez mulheres. Dos 48 que atingiram o penúltimo estágio do processo, nove chegaram à maturidade total.
“Ser capaz de desenvolver completamente óvulos humanos em laboratório pode ampliar o escopo dos tratamentos de fertilidade existentes. Estamos agora trabalhando em melhorar as condições dos óvulos humanos durante seu desenvolvimento e estudando o quão saudáveis eles são”, disse Evelyn Telfer, uma das líderes da pesquisa – que foi conduzida por pesquisadores de dois hospitais em Edinburgo (Escócia) e do Centro de Reprodução Humana de Nova York.
Hoje, as pacientes que se submetem à Fertilização In Vitro (FIV) tomam injeções para estimular a produção de óvulos. Depois, removem cirurgicamente, fertilizam e eles são reintroduzidos no útero. Porém, este processo não oferece garantia de sucesso; em alguns casos, as mulheres precisam repetir várias vezes até obterem resultados. A nova técnica tornaria mais fácil, evitando os diversos ciclos de tratamento hormonal.
No entanto, ainda há bastante a ser estudado a respeito, como reforçou ao G1 Ali Abbara, pesquisador experiente da área de endocrinologia do Imperial College London: “A tecnologia ainda está em um estágio inicial, e há muito a ser feito para garantir que a técnica é segura e que os ovos permanecerão normais durante o processo, formando embriões que levem a bebês saudáveis”.
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