Primeira infância: é preciso fazer mais do que construir creches
O professor João Batisa Oliveira é especialista em Educação. Presidente do Instituto Alfa e Beto, ele publicou um texto em seu blog Educação em evidência esta semana em que faz uma análise sobre a condição dos investimentos em Primeira Infância no Brasil.
Sabemos que os investimentos em creches é um problema crônico nacional. Só em São Paulo, são mais de 100 mil crianças na fila de espera por uma vaga, e os índices mostram que uma em cada 20 crianças só consegue vaga por meio de liminar judicial. Recentemente, o Catraquinha publicou uma matéria sobre o documentário “Direito à educação infantil“, produzido pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional sobre Educação Infantil (GTIEI), que aborda a luta constante das famílias em busca de instituições públicas para matricular os filhos. Clique aqui para ler.
Porém, para João Batista, investir na Primeira Infância não é sinônimo de construir creches. Segundo ele, é evidente que não se pode perder de vista que o capital humano é o melhor investimento que existe, mas, para assegurar o respeito efetivo à Primeira Infância, é preciso ir além. “É assegurar que todas as crianças do município tenham condições de atingir o seu máximo potencial – independentemente da condição financeira de seus pais”, explica.
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O caminho que o professor indica para atingir este objetivo é mirar nos fatores de risco, principalmente violência e miséria. “O maior benefício para o desenvolvimento normal de uma criança é nascer num ambiente livre de fatores de risco. Fatores de risco incluem a pobreza e tudo que normalmente está associado a ela, embora não somente a ela: desnutrição, insegurança alimentar, desemprego, violência doméstica, dificuldade de acesso a serviços adequados de saúde, insalubridade, drogas, alcoolismo, falta de esgoto e água tratada, e tudo o mais que contribuir para aumentar o nível de estresse”.
O professor destaca alguns projetos que atuam nesse sentido, de oferecer subsídios para que as famílias assegurem uma renda mínima, e cita alguns exemplos de municípios que têm boas práticas na área, como Petrolina (PE) e Boa Vista (RR). “Exemplos de algumas medidas práticas para começar uma Política para a Primeira Infância são programas como o Bolsa Família. Há também programas de atendimento pré-natal, de preferência associados à garantia dos serviços médicos necessários. Outros complementos importantes seriam programas voltados para o preparo psicológico dos pais para receber e cuidar dos filhos”.
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