É impossível ignorar a quantidade de estúdios de tatuagem que existem no mundo inteiro e seus profissionais dos mais variados perfis. Mas na Tailândia, o que atrai os amantes dessa arte é um tipo de profissional um tanto quanto inusitado: os monges tatuadores.

E a excentricidade não para por aí: as sessões acontecem dentro dos templos budistas e, segundo reza a lenda, as tattoos, chamadas de Sak Yant, são sagradas e conferem proteção e boa sorte às pessoas que as recebem na pele.

De pés descalços, cabeças raspadas e com a tradicional vestimenta laranja ou vermelha, os monges tatuadores usam agulhas de bambu e fazem uma oração antes e depois de terminar a arte.

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As tattoos mágicas fazem parte de uma tradição milenar, utilizada no passado por soldados do Camboja, que cobriam seus corpos com os desenhos acreditando na proteção emanada por eles.

O casal de viajantes brasileiro Eduardo Viero e Mônica Morás viveram a experiência algumas vezes na Tailândia. “É como receber um presente muito valioso”, conta Mônica. Segundo ela, carregar a tatuagem é como se tivesse na pele um amuleto da sorte.

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Como os monges não são autorizados a tocarem em mulheres, Mônica fez a sua Sak Yant com um ex-monge. Já Eduardo fez quatro das cinco tattoos sagradas com um Arjan, uma espécie de mestre religioso. Em uma das experiências registradas aqui, Eduardo conta que foram 30 minutos para que a sua tatuagem mais bonita e significativa ficasse pronta. “Quando ele acabou, começou a abençoá-la (acho que ele estava rezando) e soprou umas 5 vezes fazendo uma oração, pois isso serve para validar a magia da Sak Yant. Quando vi o resultado mal pude acreditar em como havia ficado bonito”.

Dentro dos templos da Tailândia, o serviço não é cobrado, mas deve-se fazer alguma oferenda ao monge em forma de agradecimento: flores, incenso e cigarros e uma gorjeta simbólica são aceitos.

Diferente da tatuagem artística, depois de fazer a Sak Yant o tatuado precisa se comprometer com alguns valores e regras baseadas no Budismo para não quebrar a mágica.  Não matar e não roubar são duas das mais importantes regras, mas há ainda outras um pouco estranhas, como: não deixar as roupas íntimas aparentes e não cuspir no banheiro.

E como manda a tradição, são os próprios monges quem sugerem, com base em sua áurea, qual tatuagem e em que parte do corpo ela será desenhada. E aí animaria a encarar essa experiência?