Crianças holandesas são as mais felizes do mundo?
O bem-estar infantil é pauta de muitos estudos e discussões mundo afora. Cada dia mais, pais se informam sobre este assunto e muitos até conseguem proporcionar uma melhor qualidade de vida para seus filhos. Porém, esta não é a realidade da maioria, ainda mais levando em consideração a cidade onde se vive.
A Holanda, no quesito qualidade de vida, se destaca do resto do mundo quando o foco é a vida infantil. Pelo menos é o que relata um relatório do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), de 2013, sobre indicadores de bem-estar das crianças nas nações mais ricas do mundo. O estudo colocou os pequenos holandeses no topo da lista quando comparados às crianças de outras 29 nações.
Mas, afinal, por que os pequenos holandeses podem ser considerados os mais felizes do mundo? Em uma época em que tantos pais buscam informações para que seus filhos sejam saudáveis, realizados e bem resolvidos, será que a Holanda tem uma “receita mágica” para uma melhor qualidade de vida?
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Para começar a pensar na resposta, deve-se analisar o estilo de vida das famílias deste país. As crianças holandesas, por exemplo, geralmente vão para a escola, desde muito cedo, a pé ou de bicicleta, sendo que, na maioria das vezes, desacompanhadas dos pais ou qualquer adulto. Isso significa que eles possuem mais liberdade? Sim, com certeza. Mas, também, que os pais se sentem seguros em deixar seus filhos se locomoverem sozinhos pela cidade.
O ambiente deve ser construído de forma mais acolhedora, confortável e segura às crianças, onde elas se sintam inclusas. Na Holanda, as ruas possuem trilhas para bicicletas largas e separadas, tráfego tranquilo e veículos em velocidade reduzida, além de pinturas especiais que alertam sobre a prioridade dos ciclistas e pedestres.
Em contrapartida, em grande parte do restante do mundo, o que mais se encontra são cidades cujas ruas não são preparadas para receber crianças, muito menos sozinhas. Os municípios, principalmente os grandes centros urbanos, priorizam os veículos automotivos em vez de pedestres e ciclistas.
Andar livremente pelas ruas torna a criança mais ativa, testa habilidades e gera um senso de responsabilidade e independência mais cedo. Entretanto, para se poder dar esta liberdade aos pequenos, deixá-los sair tranquilos sem o olhar atento dos pais, as condições das ruas devem ser propícias.
Uma mudança cultural e de paradigmas, que dê prioridade às pessoas em vez de automóveis, pode ser o começo para se ter essa liberdade ao estilo holandês, bem como tantos benefícios a partir dela, como a saúde e a felicidade.
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Com informações de Child in the City.