Os melhores livros infantis de 2016 segundo especialistas da área
Literatura infantil é assunto da maior importância. Com ela, podemos iniciar com os pequenos conversas sobre assuntos que vão acompanhá-los pela vida toda: amor, amizade, bullying, preconceito, morte, solidão. E, em tempos tão conturbados, selecionar as leituras dos pequenos é mais do que nunca um ato político.
Pensando nisso, o Nexo convidou especialistas em literatura infantojuvenil para listar os livros que eles consideram os melhores de 2016.
Os oito títulos escolhidos se somam às listas que já conhecemos, como a do Jabuti, por exemplo (curiosamente, o ganhador do prêmio deste ano, “Inês”, de Roger Mello e Mariana Massarani, não aparece nesta seleção, o que ajuda a ampliar ainda mais o leque de leituras de qualidade para além dos grandes nomes).
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Os assuntos protagonistas dos livros apontam para uma discussão cada vez mais importante: existe um limite quando o assunto é literatura para crianças? Política, desigualdade, separação, entre outros, enchem as obras listas de um potencial que ultrapassa e muito as páginas de um livro. O Catraquinha acredita que tudo isso é assunto de criança, sim. Confira a seleção dos especialistas convidados pelo Nexo:
- 1. “As cores dos pássaros”, de Lúcia Hiratsuka (Editora Rovelle)
“A narrativa somada a ilustração fazem deste reconto uma obra poética. Lúcia aproximou uma fábula japonesa das crianças brasileiras, acrescentado pássaros brasileiros e não abrindo mão da precisão e suavidade das pinceladas que explodem em cores no decorrer da história.”
– Cássia Bittens
- 2. “A ditadura é assim”, de Equipo Plantel e Mikel Casal (Editora Boitatá)
“Foi criado na Espanha, após o regime franquista, mas faz questão de permanecer atual até mesmo no título. Quando se diz que a ditadura “é” assim – imperativa, uma ordem – é como se mesmo sem existir ela pudesse ser vista em marcas que não somem no tempo, e isso abre uma discussão ótima com as crianças. O texto ácido (ou divertido) é um jeito incrível de pensar em pontos de vistas, especialmente porque dialogam com as ilustrações que obviamente contradizem as palavras, por ironia. Tudo assim muito bem pensado, com palavras certas, surpresas, sem didatismo e, ainda por cima, com beleza.”
– Thais Caramico
- 3. “A viagem”, de Francesca Sanna (Editora Vergara & Riba)
“Inspirado em relatos reais de refugiados, o livro fala sobre a travessia de uma família que foge da guerra em busca de um novo lar. Com ilustrações imponentes, da própria autora, e um texto primoroso.
– Cássia Bittens
- 4. “Branca de Neve”, de Jacob e Wilhelm Grimm, reconto de Gil Veloso (Editora Pulo do Gato)
“Em meio a tantas edições de clássicos, este livro se destaca pela qualidade da linguagem utilizada para este reconto e pelas imagens delicadas que combinam perfeitamente com o universo do contos de fadas.”
– Sandra Medrano
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