Intervenção urbana espalha Pikachus pelas ruas de São Paulo

16/09/2016 17:50 / Atualizado em 09/01/2017 23:29

Se você não anda nem olhando para os lados na hora de atravessar a rua porque está com os olhos grudados no Pokémon GO, saiba que pode estar perdendo a oportunidade de encontrar um pokémon de verdade no galho da árvore ou pendurado ao poste. Ou quase isso.

Basta perguntar aos diversos moradores de São Paulo que já acharam origamis de Pikachu pela cidade. A brincadeira faz parte da ação #acheiorigami, do site Serendipitys. Cada monstrinho vem com o seguinte trecho da música do anime: “para o mundo eu viajarei, tentando encontrar um pokémon, e com o meu poder, tudo transformar” (lembra dela?). Ou seja: se encontrar um Pikachu na “selva de pedra”, é para levá-lo para andar por aí com você.

A ideia é da dupla Marina Pape e Sttela Vasco, as criadoras do Serendipitys. O site divulga pessoas e projetos positivos – afinal, “não é só notícia ruim que acontece todo dia”, como bem observa Marina. “A gente queria contar histórias, pessoas e projetos inspiradores, e meio que levamos isso para os leitores”.

O #acheiorigami começou por causa de um antiga lenda japonesa. Ela diz que quando você faz mil tsurus – o origami mais tradicional de todos – tem direito a fazer um pedido. Ao se lembrarem dessa história, Marina e Sttela não tiveram dúvidas: fizeram mil tsurus e os distribuíram pela avenida Paulista no mesmo dia em que abriram o site, em 12 de outubro de 2013.

Desde então, é possível encontrar tsurus em postes, portões, galhos, vagões de metrô e por onde mais a dupla do Serendipitys passar. “Nossa ideia é sempre sair com um, dois origamis na bolsa”, explica Marina. No Natal do ano passado, foi a vez das estrelas de papel irem às ruas. E com a onda do Pokémon GO, foram os Pikachus que se espalharam por São Paulo.

Os fãs do personagem japonês amaram a proposta. “As pessoas estão tirando foto e mandando para a gente, principalmente pelo Instagram, e comentando que encontraram, pedindo mais. Ficamos bem surpresas com como a ação de repente deu muito certo”, confessa Sttela. “A Marina deixou um Pikachu na Escola Politécnica da USP e teve um cara que ficou super feliz por achá-lo. Ele falou: ‘olha uma vantagem de ter que vir à Poli aos sábados’. A gente pensou: ‘nossa… olha o poder do Pikachu aqui!’”, ela se diverte.

Marina relembra outra história: “pendurei um tsuru na linha amarela. Uma menina o encontrou e postou a foto dele no Instagram, dizendo: ‘gentileza é fazer sorrir quem não conhecemos. Obrigada, #acheiorigami, pelos sorrisos proporcionados’”. Como a ideia deu certo, as meninas já estão trabalhando em origamis de outros pokémons: vai ter Squirtle, Bulbasauro, Jigglypuff e Golbat (sem Zubats e Pidgeys por enquanto!). Além disso, elas também querem levar origamis para mais cidades. Para isso, precisam de mais colaboradores.

“É uma coisa pequena, simples, mas que dá para todo mundo fazer. E é uma maneira da gente se conectar com as pessoas”, conta Sttela. “A gente sente que realmente tem algum significado para quem encontra, que faz uma diferencinha no dia”.

Se você quiser ajudar a espalhar origamis (e amor) por aí, entre em contato aqui. E se você encontrar uma dobradura por aí, conta para a gente também!