Prefeitura de SP abre primeiro centro de acolhida para mulheres trans do Brasil

O objetivo do centro é ajudar a reconstruir laços familiares, facilitar o acesso a serviços de saúde e reinserir as mulheres trans no mercado de trabalho

A Prefeitura de São Paulo abriu o primeiro Centro de Acolhida Especial para Mulheres Transexuais do Brasil, com capacidade para abrigar 30 pessoas. O serviço tem como objetivo promover a reinserção social dessa população, com atendimento humanizado.

A casa, administrada pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, em parceria com a Coordenação Regional das Obras de Promoção Humana (CROPH), funciona 24 horas e oferece dormitórios, refeitório com área de convivência, cozinha, sala de atendimento, lavanderia e sanitários.

O serviço acolhe atualmente 25 mulheres trans

As mulheres trans recebem um atendimento qualificado por meio de uma equipe multidisciplinar composta por gerente, psicólogo, assistente social, orientadores e cozinheiros. Atualmente, o serviço acolhe 25 mulheres e realiza em seu primeiro mês de funcionamento um trabalho de escuta das necessidades das conviventes.

Nas rodas de conversa, são criadas estratégias de desenvolvimento do trabalho de reconstrução de autoestima e de identidade. Entre as propostas de atividades, estão atendimento de saúde, oficinas artísticas, culturais, de beleza e de esportes, acesso a uma biblioteca e videoteca.

A criação do centro de acolhida para transexuais integra uma política de atenção às necessidades específicas de diferentes grupos que vivem em situação de vulnerabilidade na capital paulista. A ideia é que o atendimento ajude a reconstruir laços familiares, facilite o acesso a serviços de saúde e encaminhe para a inserção no mercado de trabalho.

A casa quer promover a reinserção social dessa população

Na primeira fase de funcionamento, cerca de 60% das vagas são utilizadas por mulheres acompanhadas pelo programa Transcidadania, que oferece condições de recuperação e oportunidades a travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social. O programa beneficia 200 pessoas com cursos de capacitação e uma bolsa no valor de R$ 924, que permite dedicação exclusiva aos estudos durante os dois anos de vínculo com a Prefeitura.

Inicialmente, as vagas no centro de acolhida serão prioritárias para transexuais acompanhadas pelo Transcidadania, mas que ainda estão em situação de rua. As outras vagas são preenchidas por meio de encaminhamentos feitos pelos Centros Pop Barra Funda e Bela Vista.

Centro de cidadania

São Paulo conta atualmente com dois centros de cidadania LGBT, localizados na região central e na zona sul. Os locais oferecem atendimento psicológico, assistência social e assessoria jurídica, além de palestras, oficinas e debates abertos para toda a população. Quem procurar os centros também recebe encaminhamentos nas áreas de saúde, educação e emprego.

A unidade em Santo Amaro, com mais de 500 m², é o maior serviço do gênero no país. Já o equipamento instalado na República possui, além da sede fixa, uma Unidade Móvel da Cidadania LGBT, tornando as políticas públicas mais acessíveis. Os serviços são administrados pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

Via Prefeitura de São Paulo