Projeto empodera mulheres com lambes pelas ruas de SP
O "Manifesto das Mina" encoraja as mulheres a se expressarem usando o espaço público
Qual é a voz que “fala” dentro de você? Para refletir sobre esta pergunta, a designer paulistana Bianca Maciel, de 21 anos, criou o projeto “Manifesto das Mina“, que espalha lambe-lambes com frases sobre assuntos diversos pelos bairros da cidade de São Paulo. O objetivo da campanha é, entre outros aspectos, dar voz às mulheres.
A iniciativa surgiu há dois meses, quando a jovem participou de uma oficina de lambes promovida pela página Onde jazz meu coração, da Ryane Leão, junto do projeto Frida Feminista, criado por Lela Brandão. A partir da experiência, Bianca decidiu colocar todas as suas “vozes” nos muros da capital paulista.
“Inicialmente, o ‘Manifesto das Mina’ tinha como intuito lidar com meus próprios sentimentos, pois escrever sempre me ajudou. Sentia que a cada vez que colava e deixava aquela frase em um muro, parecia que um pedaço meu ficava ali na rua”, conta a designer em entrevista ao Catraca Livre.
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Em um segundo momento, quando as pessoas passaram a acompanhar a página, ela percebeu que muitas delas se identificavam com as frases, o que a motivou a reconhecer a relação dos sentimentos com o meio urbano. Hoje, os cartazes visam, sobretudo, mostrar a todos que em cada canto da rua existe algo que dialoga com a população.
Outro ponto fundamental da campanha é empoderar e encorajar as mulheres a se expressarem usando o espaço público. “Assim como as meninas me influenciaram após a oficina, gostaria de proporcionar essa sensação a quem passa pela rua e lê os lambes”, conta ela.
Sobre a escolha das frases, a designer ressalta elas são formadas a partir de sua experiência nas ruas. “É algo muito subjetivo, pois uso como inspiração o que vejo nos trajetos por São Paulo, misturado às minhas percepções pessoais. O mais engraçado é que sempre escolho as frases de acordo com o lugar que acredito que combina mais com o lambe”.
No futuro, Bianca pretende expandir o projeto: “Penso em levar os lambes ao máximo de lugares possíveis, principalmente nas periferias, pois vivo na zona leste de São Paulo e sinto falta dessas intervenções por lá. Quanto mais deixarmos a rua democrática e plural, melhor será para os cidadãos e para a cidade também”.
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