Nova Orleans, cidade multicultural ideal para curtir boa música

Quando se fala em viajar para os Estados Unidos a maioria dos brasileiros logo pensa em cidades como Nova York, San Francisco, Miami ou Orlando, mas um país tão grande possui muitos outros destinos interessantes. Um deles é Nova Orleans, no estado da Luisiana localizado na região sul.

O Rio Mississipi corta a cidade de Nova Orleans, na Lousiana. Este é o segundo maior rio dos Estados Unidos

Para entender a cidade em sua essência é preciso uma pequena, porém interessante, aula de história. Inicialmente a Luisiana era um território pertencente aos franceses, mas em 1763 com o Tratado de Paris passou a ser dominada pelos espanhóis. Em um acordo secreto entre França e Espanha em 1800, a região voltou às mãos francesas e, finalmente em 1803, a Luisiana passou a fazer parte dos Estados Unidos (após ser vendida por Napoleão por cerca de 11 milhões de dólares na época). No entanto, a cidade de Nova Orleans já havia sido fundada anos antes, em 1718, e até hoje mantém as nítidas influências deixadas pelos colonizadores europeus.

Por lá se estabeleceram duas culturas. A cajun –originária de franceses brancos e católicos que imigraram de sua colônia no Canadá devido à perseguição religiosa– e a creóle —os franceses de colônias no Caribe, principalmente Martinica e Haiti. Entre os caribenhos vieram homens livres e também inúmeros escravos que se juntaram aos africanos que já haviam sido trazidos muito antes e trabalhavam nas plantações de algodão e cana de açúcar.

French Quarter ao anoitecer

Os creóles não trouxeram apenas seus costumes e culinária, mas também sua religião predominante, o Vodu, responsável por boa parte do clima de misticismo que permeia a cidade até hoje.

Com a miscigenação destes povos – que ainda contou com índios e brancos nativos, além de alemães, irlandeses e italianos que chegaram no século 19 – a cidade de Nova Orleans se tornou multirracial e dona de uma cultura rica e fascinante para quem a visita e tenta entender seus encantos que são diversos. Entre eles, eis o principal: a música.

Na música, a “Big Easy” (apelido carinhoso pelo qual a cidade é chamada por conta da facilidade com que os músicos tinham em encontrar trabalho) é um reduto de artistas que usam não só os vários bares como palcos e casas de shows para suas apresentações, mas também as próprias ruas.

Conhecida como capital mundial do Jazz, a cidade possui entre seus conterrâneos famosos, ninguém menos que Louis Armstrong (que imortalizou a lindíssima “What a Wonderful World”). De origem pobre, ele iniciou a carreira aos 11 anos apresentando-se nas ruas. Armstrong foi um dos primeiros artistas a fazer com que a cor da pele fosse secundária à música num país racialmente segregado onde brancos sempre tiveram mais direitos que os negros.

Estátua de Louis Armstrong no parque que leva seu nome na cidade de Nova Orleans

Anualmente no mês de abril, a cidade sedia o mais conceituado festival de jazz do mundo, o New Orleans Jazz & Heritage Festival, ou simplesmente “Jazz Fest” para o qual recebe milhares de turistas de todos os cantos do planeta. O evento não é exclusivamente feito apenas de música, mas também possui muita gastronomia, arte, artesanato e ainda apresenta outros gêneros musicais.

A edição deste ano (22 de abril a 1 de maio) trará nomes como Stevie Wonder, Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Neil Young, Lauryn Hill e centenas de outros artistas para todos os gostos.

A Vida noturna de “Nola” (outra maneira utilizada pelos locais para se referir à cidade) é bastante agitada e, embora tenha o auge da animação entre quinta-feira e domingo, possui diversas opções durante todos os dias da semana. Não é nenhum exagero dizer, portanto, que Nova Orleans é uma eterna festa.

Para beber e ouvir boa música os turistas costumam frequentar os bares da badalada Bourbon Street que possui inúmeros estabelecimentos bastante tradicionais e muitos deles sequer cobram entrada (ou couvert). Basta entrar, pedir uma bebida e apreciar a música.

Se a ideia é aproveitar a noite da cidade como um morador autêntico, uma ótima e segura pedida é percorrer os barzinhos da Frenchman Street entre a Splanade e Royal. Os bares localizados ali tendem a ser um pouco menos lotados e ter o preço das bebidas mais em conta.

Outro local bastante procurado pelos turistas em busca de um bom som são os bares do French Quarter – o famoso bairro histórico francês. Por lá, mais precisamente nas ruas Decatur e N. Peters, há restaurantes que, além das comidas típicas da região, ainda brindam os clientes com a autêntica música local.

Como chegar

Uma das maneiras mais fáceis e econômicas de viajar para Nova Orleans é através da Copa Airlines. A companhia aérea possui quatro voos semanais que partem de São Paulo para a “Big Easy” aos domingos, segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.

Com escala no Panamá, cidade sede da Copa onde os passageiros trocam de avião, não é preciso se preocupar com a bagagem que segue direto ao destino final.

O valor oferecido pela companhia também é um dos melhores do mercado. Procurando passagens para fevereiro deste ano, encontramos opções de ida e volta a partir de R$ 1300.

Mais informações: www.copaair.com

Por Tuka Pereira, do blog Pra Onde Vai Agora