Áudio mostra Cristiane Brasil cobrando votos de servidores

A gravação foi obtida pelo "Fantástico", da TV Globo

05/02/2018 10:37

Posse de Cristiane Brasil foi suspensa pela Justiça Federal
Posse de Cristiane Brasil foi suspensa pela Justiça Federal

Um áudio obtido pelo “Fantástico”, da TV Globo, mostra que Cristiane Brasil (PTB-RJ) coagiu funcionários da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida da prefeitura do Rio, do qual era titular, a votarem nela e arrumarem outros 30 votos durante a campanha em que foi eleita deputada federal em 2014.

“Se eu perder a eleição de deputada federal… Eu preciso de setenta mil votos. Eu fiz quase trinta (mil votos, quando foi eleita vereadora no Rio em 2012). Agora são setenta mil. No dia seguinte, eu perco a secretaria (se não for eleita deputada). No outro dia, vocês perdem o emprego”, ameaçou Cristiane na gravação, feita em uma reunião com cerca de 50 pessoas dentro da secretaria.

A deputada ainda disse, em outro momento da reunião: “Se amanhã vocês ficarem desempregados, como é que vai ser a vida de vocês? Vai ficar um pouquinho mais complicada, não é? Eu só tenho um jeito de manter o emprego de vocês: me elegendo”.

De acordo com o “Fantástico”, um perito confirmou que a voz no áudio é de Brasil. Já um funcionário que trabalhou na secretaria contou que reuniões desse tipo ocorriam com frequência e que ele se sentia pressionado a fazer campanha.

Em nota enviada à TV Globo, a deputada declarou que “nunca pediu votos a servidores públicos durante o expediente ou dentro da repartição”.

Associação ao tráfico

Cristiane Brasil também é alvo de um inquérito que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010. De acordo com informações do “Estadão”, a investigação foi enviada nesta sexta-feira, dia 2, à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, pois ela tem foro privilegiado.

O processo apura ainda o suposto envolvimento do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da parlamentar, e três assessores dela na época no caso. Eles são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro pobre da zona norte da cidade e uma das bases eleitorais da deputada.

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