5 atrações imperdíveis para conhecer em Belo Horizonte

25/07/2017 17:34 / Atualizado em 05/05/2020 16:58

Terceira maior metrópole do país, Belo Horizonte ainda mantém ares de uma cidade interiorana, apesar dos seus mais de 2,5 milhões de habitantes. Dona de uma cultura e gastronomia únicas, a capital mineira tem atrações para todos os gostos, bolsos e paladares.

Fundada em 1897, Belo Horizonte foi projetada pelo engenheiro Aarão Reis, que se inspirou Paris e Washington para criar a primeira cidade brasileira moderna planejada.

O belíssimo painel em azulejos da Igreja de São Francisco de Assis, obra de Cândido Portinari, é um dos mais famosos cartões-postais de Belo Horizonte
O belíssimo painel em azulejos da Igreja de São Francisco de Assis, obra de Cândido Portinari, é um dos mais famosos cartões-postais de Belo Horizonte

Mas foi na década de 1940 que a cidade passou por grandes mudanças e ganhou construções emblemáticas, como o Complexo Arquitetônico da Pampulha, projetado pelo então desconhecido Oscar Niemeyer por encomenda de Juscelino Kubitschek, governador à época.

Belo Horizonte também é conhecida por seus bares. Não é à toa que leva o título de a ‘capital nacional dos botecos’. Estima-se que a cidade possua mais de 10 mil desses estabelecimentos.

Fachada da Casa Kubitschek, imóvel projetado em 1943 por Oscar Niemeyer para ser a residência de fim de semana do então prefeito de BH, Juscelino Kubitschek
Fachada da Casa Kubitschek, imóvel projetado em 1943 por Oscar Niemeyer para ser a residência de fim de semana do então prefeito de BH, Juscelino Kubitschek

Seja a lazer ou a trabalho, algumas atrações são obrigatórias para quem visita à capital mineira pela primeira vez ou para aqueles que já a conhece.

O Viagem Livre preparou um roteiro com dicas de lazer, cultura e gastronomia para conhecer Belo Horizonte em 48 horas.

Encontra-se quase de tudo do Mercado Central
Encontra-se quase de tudo do Mercado Central

Mas uma visita à capital mineira não é completa se você não conhecer o Mercado Central, único do país que é privado. Com mais de 400 lojas, é uma das atrações mais visitadas de Belo Horizonte, tanto por turistas como pelos próprios belo-horizontinos, principalmente nos fins de tarde.

Prestes a completar nove décadas, o Mercado Central é uma verdadeira “Disney” dos aromas e sabores. Basta percorrer os corredores temáticos como o dos queijos, doces, artesanatos, ervas e a do abacaxi para entender o porquê. Diariamente passam por lá mais de 30 mil pessoas.

Dentre os produtos mais procurados por turistas estão a goiabada, a cachaça da roça e o famoso queijo minas e suas inúmeras variedades. Por semana, são vendidas mais de 300 toneladas de queijo.

Vista de um dos corredores do Mercado Central de Belo Horizonte
Vista de um dos corredores do Mercado Central de Belo Horizonte

Permita-se perder em seus corredores e no final, uma cerveja bem gelada acompanhada de quitutes mineiros para encerrar a visita.

Mercado Central
Onde: Avenida Augusto de Lima, 744, centro. Tel.: (31) 3274-9434
Horário: segunda a sábado, das 7h às 18h, dom. e feriados, das 7h às 13h
Entrada: Catraca livre
Site: www.mercadocentral.com.br

Igreja de São Francisco de Assis, uma das obras de Niemeyer que compõem o Conjunto Moderno da Pampulha
Igreja de São Francisco de Assis, uma das obras de Niemeyer que compõem o Conjunto Moderno da Pampulha

Depois de Brasília, Belo Horizonte detém uma parte expressiva da obra do renomado arquiteto Oscar Niemeyer.

É na cidade que estão os primeiros prédios projetados por ele quando ainda era desconhecido. As formas sintéticas, modernas e tão características de Niemeyer permeiam toda visita pela capital mineira.

Mas a obra mais famosa do arquiteto é o Conjunto Moderno da Pampulha, principal cartão postal de Belo Horizonte, reconhecido no ano passado pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade.

Compõem o conjunto a paisagem que se forma com a integração entre a lagoa da Pampulha e sua orla, os jardins de Burle Marx, a Igreja de São Francisco de Assis –obras de Candido Portinari–, o antigo Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atualmente Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (atual Iate Tênis Clube) e a praça Dalva Simão (antiga Santa Rosa).

Uma dica é fazer o Pampulha Retrô Tour, passeio turístico a bordo de uma jardineira de 1957 restaurada pelos principais atrativos da Pampulha.

Jardineira de 1957 que faz passeios turísticos nos principais atrativos da Pampulha
Jardineira de 1957 que faz passeios turísticos nos principais atrativos da Pampulha

O passeio custa R$ 20 por pessoa e dá direito a quatro embarques/desembarques no atrativo que escolher. Dentro do ônibus, guias contam histórias e curiosidades sobre a Pampulha.

Conjunto Moderno da Pampulha
Onde: Avenida Otacílio Negrão Lima, s/n, Orla da lagoa

Pampulha Retrô Tour
Horário: sábados, domingos e feriados, das 10h às 13h e das 14h às 17h
Quanto: R$ 20 (os bilhetes são vendidos ao lado da Igrejinha São Francisco de Assis ou pelo telefone 3482-2739, em horário comercial).

Uma das salas do Museu Brasileiro do Futebol, estádio do Mineirão
Uma das salas do Museu Brasileiro do Futebol, estádio do Mineirão

Outra atração imperdível é o Museu Brasileiro do Futebol, mas se você não é lá um grande fã do esporte. Aberto ao público em 2013, o espaço fica no interior do Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, um dos palcos sagrados do futebol brasileiro e que foi totalmente reformado para a Copa de 2014.

Em suas 14 salas, o museu apresenta personagens e histórias marcantes do futebol nacional e mineiro com muitas imagens e recursos tecnológicos, propiciando aos visitantes uma imersão no universo do esporte e do próprio estádio.

Vista da Sala das Fichas, com registro dos quase 4 mil jogos que ocorreram Mineirão até 2010
Vista da Sala das Fichas, com registro dos quase 4 mil jogos que ocorreram Mineirão até 2010

Um dos destaques é Sala das Fichas, que exibe as fichas de registro dos quase 4 mil jogos no estádio desde sua inauguração até o fechamento para reforma, em junho de 2010. Os visitantes podem, através de totens interativos, pesquisar jogadores, clubes e partidas que contam a história do maior palco do futebol mineiro.

A sala dos Imortais do Futebol é outro espaço que merece atenção. Dividida em dois momentos, o espaço pretende levar o visitante a uma viagem pela memória do futebol brasileiro, através de biografias de jogadores e treinadores.

O estádio é um dos atrativos que integram o complexo de lazer da Pampulha e se apresenta como uma nova opção de cultura e entretenimento em Belo Horizonte.

Museu do Brasileiro do Futebol
Onde: Avenida Coronel Oscar Paschoal, s/n, Portão G2. Tel.: (31) 3499-4390/4312/4375
Horário: Terça, das 9h às 20h, com permanência até as 21h; quarta a sexta-feira, de 9h às 17h, com permanência até as 18h; sábados e domingos, de 9h às 13h, com permanência até as 14h (Horário sujeito a alteração devido a jogos e eventos no estádio)
Quanto: R$ 10 (meia entrada) e R$ 20 (pagamento somente em dinheiro)
Site: www.museubrasileirodofutebol.com.br

Se você é daqueles que ama cultura e caminhar, a Praça da Liberdade é o destino. Com jardins inspirados no Palácio de Versalhes, na França, a região abriga construções do século 19, como o Palácio da Liberdade (sede do governo mineiro), e construções modernas, como o Edifício Niemeyer.

Praça da Liberdade, com seus jardins inspirados no Palácio de Versalhes, na França
Praça da Liberdade, com seus jardins inspirados no Palácio de Versalhes, na França

A região integra o Circuito Liberdade, projeto inaugurado em 2010 com a promessa de ser o maior complexo cultural do país e o único no mundo fruto de parceria público-privada.

O circuito é composto por 15 espaços, dentre museus, centros de cultura e de formação, que mapeiam diferentes aspectos do universo cultural e artístico.

Um dos destaques do Circuito Liberdade é o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH), que fica no prédio da antiga Secretaria de Segurança e Assistência Pública, extinta justamente na data de inauguração, no dia 7 de setembro de 1930.

Interior do CCBB-BH, sexta instituição cultural mais visitada no Brasil
Interior do CCBB-BH, sexta instituição cultural mais visitada no Brasil

O CCBB-BH conta com galeria (12 salas, localizadas no primeiro, segundo e terceiro pavimentos, sendo duas com exposição permanente), teatro (com capacidade para 264 pessoas), sala multiuso

O espaço mineiro é a sexta instituição cultural mais visitada no Brasil e a 95º no mundo, de acordo com o ranking da publicação inglesa “The Art Newspaper” (abril/2014).

Também merecem uma visita o Memorial Minas Gerais Vale, o Museu das Minas e do Metal, o Edifício Niemeyer e o Espaço do Conhecimento, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

CCBB-BH
Onde: Praça da Liberdade, 450, Funcionários. Tel.: (31) 3431-9400
Horário: de quarta a segunda, das 9h às 21h
Quanto: Catraca livre
Informações: culturabancodobrasil.com.br

Fachada da Casa Kubitschek, imóvel projetado por Oscar Niemeyer e que hoje é um museu dedicado ao modernismo
Fachada da Casa Kubitschek, imóvel projetado por Oscar Niemeyer e que hoje é um museu dedicado ao modernismo

Marco da arquitetura modernista, a casa foi projetada por Oscar Niemeyer para ser a residência de fim de semana do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, em 1943.

Com vista para lagoa da Pampulha e jardins do paisagista Roberto Burle Marx, a casa chama atenção por seu telhado em forma de asa de borboleta e planos inclinados –característica da arquitetura modernista.

Detalhe da móveis e decoração da Casa Kubitschek
Detalhe da móveis e decoração da Casa Kubitschek

O interior da casa de dois andares guarda relíquias do mobiliário modernista e obras cobiçadas, como painéis de Alfredo Volpi e Paulo Werneck.

Um dos cômodos que chama atenção do visitante é o banheiro. O espaço se ligava ao quarto por uma porta extra com saída para a área da piscina, que por vezes foi apontada “pelos inimigos de JK como ‘saída de emergência’ para suas supostas amantes”.

A casa se mantém praticamente original, pois as reformas que foram feitas tiveram assistência direta de Niemeyer.

Casa Kubitschek
Onde: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 4188, Pampulha. Tel.: (31) 3277-1586
Horário: de quarta a domingo, das 9h às 17h; terça, das 9h às 21h.
Entrada: Catraca livre
Informações: bhfazcultura.pbh.gov.br

Detalhe do bufê do Restaurante Dona Lucinha
Detalhe do bufê do Restaurante Dona Lucinha

De comida de boteco a alta gastronomia, Belo Horizonte oferece ótimas opções quando o assunto é comer. Além da comida típica mineira é possível encontrar restaurantes especializados em cozinha internacional e em pratos típicos de outras regiões do país.

Mas a última coisa que você irá querer comer em Beagá é uma massa, não? Se a ideia é fazer uma imersão na culinária típica mineira, este lugar é o restaurante da Dona Lucinha, o mais tradicional da capital mineira.

Frango ao molho pardo, feijão tropeiro, tutu de feijão, leitão à pururuca são algumas das delícias servidas no restaurante há 27 anos. Não deixe de provar a costelinha com molho de rapadura. É para comer sem culpa. E não esqueça de reservar espaço para sobremesa.

Outro espaço bacana que oferece uma imersão na culinária mineira é o Xapuri, é ideal para quem está nas redondezas da Pampulha. Com quase 30 anos de tradição, o restaurante remonta ao clima da roça com a comida preparada no fogão a lenha e servida à la carte com rusticidade, em ambiente familiar.

Fachada do Restaurante Xapuri, na Pampulha
Fachada do Restaurante Xapuri, na Pampulha

Mas vá preparado para comer bem. O prazer da gula começa logo na entrada com a linguiça na chapa e o bolinho de mandioca. No vasto menu, destacam-se o Frango Jéca, Carret ao Melaço e a Moranga recheada com frango e requeijão, mas o mais pedido da casa é a costelinha da Sinhá, guarnecida de feijão-tropeiro, mandioca e couve. O prato serve generosamente até quatro pessoas.

O prazer da gula começa logo na entrada com a linguiça na chapa e o bolinho de mandioca
O prazer da gula começa logo na entrada com a linguiça na chapa e o bolinho de mandioca

Outra perdição é o bufê de sobremesas, com mais de 30 variedades de doces, todos produzidos no local.

O restaurante ainda oferece espaço para as crianças, hípica e uma loja de artesanato.

Aos finais de semana, especialmente no horário do almoço, é bom ter um pouquinho de paciência por conta da fila de espera. Mas vale à pena esperar.

Restaurante Dona Lucinha
Onde: Rua Padre Odorico, 38,  São Pedro. Tel.: (31) 3227-0562
Horário: de segunda a sexta, das 12h às 15h e das 19h às 23h; sábado, das 12h às 16h e das 19h às 23h; domingo, das 12h às 17h.
Informações: www.donalucinha.com.br

Restaurante Xapuri
Onde: Rua Mandacaru, 260, Pampulha. Tel.: (31) 3496-6198
Horário: de terça à sábado, das 12h às 23h; domingos e feriados, das 12h às 18h
E-mail: [email protected]

Cerveja

Dizem que o boteco é a praia do mineiro. E onde tem bar, tem cerveja. Talvez você não saiba, mas Belo Horizonte é uma das maiores produtoras de cervejas artesanais do país.

Belo Horizonte é uma das maiores produtoras de cervejas artesanais do país
Belo Horizonte é uma das maiores produtoras de cervejas artesanais do país

Dos 120 estilos existentes no mundo, 55 já são produzidos na capital mineira, o que garante imensa diversidade de aromas e sabores.

Uma dessas cervejarias é a Wäls, que produz mais de 15 tipos e possui um espaço próprio para degusta-las –o Wäls Gastropub. Com decoração intimista, o espaço é ideal para fechar a noite.

Vista panorâmica do Wals Gastropub
Vista panorâmica do Wals Gastropub

As tábuas harmonizadas são ideais para conhecer as cervejas da casa. São três opções –“Noviça Rebelde”, “Os Brutos Também Amam” e Cadê Meu Queijo?–, todas com acompanhamento como camarão com ervas,  bolinhos apimentados e brigadeiro de cacau.

Além dos chopes, são servidas cervejas em garrafas, drinques e vinhos.

Wäls Gastropub
Onde: Rua Levindo Lopes, 358, Savassi. Tel.: (31) 3582-5628
Horário: de segunda a quarta, das 11h30 a 0h; quinta, das 11h30 a 1h; sexta, das 11h30 às 2h; sábado, das 12h às 2h, e domingo, das 12h às 22h
Informações: www.walsgastropub.com.br

*O jornalista viajou à convite do MTur (Ministério do Turismo)