Caso Fábio Assunção estimula debate sobre dependência.
A jornalista Bárbara Gância, ao comentar o caso Fábio Assunção, lançou o debate sobre dependência de álcool, da qual foi vítima.
“Sobre o ocorrido com o meu amigo Fabio Assunção, eu tenho a dizer o seguinte: a dependência é uma doença dificílima de lidar em âmbitos familiar, social e profissional. Você perde amores, amigos, você machuca a sua família de maneira a deixar cicatrizes profundas, você perde dinheiro, empregos e a confiança em si mesmo”, escreveu.
Gancia contou que está sóbria há 11 anos, mas que apesar de não consumir a bebida alcoólica, é um desafio se sentir curada.
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“As vezes em que o indivíduo consegue ficar limpo são quase uma exceção no penoso percurso do dependente de álcool ou drogas. Eu levei mais de 20 anos, depois de entrar para o AA, em 1986, antes de conseguir ficar completamente sóbria. E, mesmo assim, se não for constantemente vigilante, corro o risco de recair.”
Colega de elenco de Fábio Assunção na série “A Fórmula”, prevista para entrar no ar em julho na Globo, a atriz Drica Moraes defendeu o ator Fábio Assunção.
Em um vídeo compartilhado no Instagram na tarde deste sábado (24), ela falou sobre tudo o que admira nele. “Fábio Assunção não precisava estar em Arcoverde. Eu sou amiga do Fábio, acabei de rodar uma série para televisão. Ele é uma das pessoas mais preparadas para o convívio social que eu conheço. Para o convívio profissional, político, social. É uma pessoa que tem um olhar para qualquer ser humano ao redor dele extremamente carinhoso e humano”.
O escritor Fabricio Carpinejar também condenou a forma como Fábio foi tratado. ”
Fiquei chocado com os vídeos do ator Fábio Assunção estirado no chão e preso em viatura em Arcoverde (PE) na madrugada desse sábado (24/6). Pasmo não por aquilo que ele fez, fora de si, mas pelo deboche de todos à volta, sóbrio e serenos, com consciência para ajudar e que não demonstraram nenhum interesse para socorrer e amparar alguém claramente necessitado e com dificuldades de se manter em pé e articular um raciocínio lógico. Em vez de ajudar, ridicularizavam o profissional em uma fase difícil da vida e apenas aumentavam a sua agressividade. Quem aqui já não bebeu além da conta e falou bobagem? Atiçar um bêbado é armar um circo de horrores, é se divertir com o sofrimento alheio, é renunciar à educação pelo bullying anônimo e selvagem de massa.
Onde está a compaixão do país? O que identifico é que torcemos pela queda de nossos heróis, pelo fim de exemplos. Odiamos silenciosamente aquele que alcança o sucesso. E permanecemos à espreita, como urubus com as asas dos aplicativos, para flagrar um tombo, uma gafe, um vexame da celebridade e espalhar pelos céus turvos da web.
Talvez, infelizmente, desejamos que todo grande artista, como é Fábio Assunção, beije a lona para arrancarmos memes dos bolsos e ganhar notoriedade com gravações caseiras.
Somos cada vez menos afetuosos e mais paparazzi das tragédias individuais.
Não sabemos confortar com a nossa mortalidade quem é também humano, erra, falha e recomeça com a humildade do perdão.
Não vou julgar e tampouco mergulhar em achismos, se ele estava sob efeito de drogas ou não, o que acontecia em sua vida privada para gerar tal descontrole (e, óbvio, que deve ser penalizado por tudo o que cometeu contra a lei, sem distinção).
Mas quem teve um familiar transtornado ou viciado sabe que ele é também uma vítima e que o cuidado e a discrição são os únicos curativos possíveis para não aumentar a vergonha e as recaídas. Expor alguém em situação delicada é ser cúmplice de vandalismo psicológico. Todo celular hoje é uma arma de fogo.
O que lamento é que aquele ator, sempre solícito para selfies e autógrafos, sempre disposto a conversar com qualquer um, não foi carregado pelo público quando realmente esperava. A fama é ingrata, mas triste mesmo é que não procuramos salvar mais a nossa cordialidade.”