Bebida adoçada artificialmente não ajuda com o peso, diz estudo

05/01/2017 14:26

Substituir refrigerante comum pela versão diet não ajuda na manutenção do peso. Pelo menos é isso que aponta um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Imperial College London.

Não há evidências suficientes para provar que bebidas adoçadas artificialmente ajudam a manter o peso
Não há evidências suficientes para provar que bebidas adoçadas artificialmente ajudam a manter o peso

No artigo publicado na revista PLOS Medicine, os pesquisadores argumentam que não há evidências suficientes para provar que bebidas adoçadas artificialmente – como alguns refrigerantes – evitam o ganho de peso. Além disso, ainda não foram feitos muitos estudos sobre os possíveis efeitos que esses produtos poderiam ter na saúde em longo prazo.

De acordo com os cientistas, as bebidas com adoçante podem ser um gatilho para mecanismos compensatórios. Elas poderiam estimular os nossos receptores gustativos de doce, por exemplo, o que teoricamente aumentaria o apetite e induziria uma preferência por sabores doces – e até poderia resultar em um consumo exagerado de comidas sólidas, devido à percepção do baixo teor calórico desses produtos.

O estudo ainda leva a discussão para um contexto maior: os impactos que as bebidas adoçadas artificialmente têm no meio ambiente, e o conflito de interesses das empresas alimentícias. Isso porque as bebidas dietéticas correspondem a 1/4 do consumo global de bebidas doces, mas não são taxadas e reguladas de forma tão rígida quanto as bebidas com açúcar.

“Longe de ajudar a resolver a crise global de obesidade, as características relacionadas à composição das bebidas adoçadas artificialmente (baixa densidade de nutrientes e aditivos alimentares), padrões de consumo (potencial promoção da preferência pelo sabor doce) e impacto ambiental (mal uso de recursos naturais, poluição, ecotoxicidade) as tornam um possível fator de risco para doenças crônicas bem comuns”, conclui a pesquisa. Você pode lê-la, em inglês, neste link.