Depois de 3 anos em hospital, criança prematura recebe alta
Luiz Miguel Monteiro Filomeno nasceu prematuro com apenas 28 semanas de gestação [o normal seriam cerca de 40 semanas], em fevereiro de 2014, em Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo.
Desde então, o menino ficou internado na ala pediátrica do Hospital Celso Pierro, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Campinas.
Foram três anos e quatro meses para que o bebê, que nasceu pesando pouco mais de 1 quilo, medindo apenas 34 centímetros e com apenas um pulmão funcionando, pudesse se recuperar para poder sair do hospital.
Na última quarta-feira, 19, o pequeno Miguel recebeu, finalmente, alta. Pesando 12 quilos e com 84 centímetros, ele já está em casa, de onde não poderá sair, por enquanto. Mas a alta do hospital é uma grande vitória, e os familiares comemoraram.
“Ter ele em casa assim, cheio de vida e energia, todo sorridente, é um grande milagre. Deus iluminou muito a equipe médica que cuidou dele”, disse a mãe, a costureira Lívia da Silva Monteiro, de 33 anos, ao Estadão.
Miguel ainda deve continuar se alimentando por sonda e respirando com ajuda de aparelhos. Além dos cuidados da mãe, que abandonou o emprego em uma confecção para dar suporte ao filho, Mig, como foi apelidado, terá o acompanhamento de uma equipe de home care, com enfermeira 24 horas, fisioterapeuta e médico.
De acordo com a médica Raquel Vieira da Silva, chefe da UTI Pediátrica, que acompanhou o paciente desde o início, a presença do home care, com uma equipe multiprofissional, será necessária até que o menino ganhe maior mobilidade e reduza a dependência do suprimento de oxigênio.
A médica explicou ao Estadão que, por causa do nascimento prematuro, Mig não estava totalmente formado ao nascer e o pulmão direito não se desenvolveu. “Ele superou tudo com muita vontade de viver e agora, mais do que o atendimento intensivo, ele necessita dos cuidados da família”, destacou Raquel.
“Ele permaneceu no hospital o tempo necessário e teve uma família aqui, mas é sempre um ambiente hospitalar. Esperamos que em casa, com o convívio familiar, ele consiga certa liberdade para andar, brincar, até frequentar a escola. Não há nada como a casa da gente”, disse a médica.
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