Extrato de cannabis reduz convulsões em mais de 50%, diz estudo

O primeiro estudo clínico em grande escala de um derivado da cannabis, conhecido como canabidiol (CBD), apontou que o componente é capaz de reduzir a frequência de convulsões epiléticas graves em 39%.

A pesquisa, publicada hoje no New England Journal of Medicine, foi feita com pacientes com síndrome de Dravet, um tipo de epilepsia complexa da infância que está associada a convulsões resistentes a fármacos e uma elevada taxa de mortalidade.

Pacientes receberam diariamente tanto uma solução oral de canabidiol    ou placebo, além de continuarem com tratamento antiepiléptico padrão
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Pacientes receberam diariamente tanto uma solução oral de canabidiol    ou placebo, além de continuarem com tratamento antiepiléptico padrão

Durante o estudo 120 pessoas – entre crianças e jovens adultos – com a síndrome de Dravet receberam diariamente tanto uma solução oral de canabidiol (dose de 20 mg por quilo do peso corporal) ou placebo, além de continuarem com o tratamento antiepiléptico padrão.

A média de crises convulsivas por mês diminuiu de 12,4 para 5,9 nos pacientes que receberam a solução de canabidiol, já nos que receberam apenas placebo a diminuição foi de 14,9 para 14,1.

Entre os pacientes tratados com o derivado da cannabis, 5%deixaram de ter crises, nenhum dos que recebeu placebo atingiu o mesmo resultado.

“O canabidiol não deve ser visto como uma panaceia para a epilepsia, mas para os pacientes com formas especialmente graves que não responderam a inúmeros medicamentos, estes resultados dão a esperança de que logo poderemos ter outra opção de tratamento”, declarou o pesquisador principal Orrin Devinsky, professor de Neurologia, Neurocirurgia e Psiquiatria no Langone Medical Center, da Universidade de Nova York.

Os eventos adversos que ocorreram mais frequentemente no grupo que recebeu canabidiol do que no grupo que ingeriu placebo incluíram diarreia, vômitos, fadiga, sonolência e resultados anormais nos testes de função hepática.

“Ainda precisamos de mais pesquisas, mas este novo teste dá mais provas do que jamais tivemos da efetividade do canabidiol como medicamento para a epilepsia resistente ao tratamento”, acrescentou Devinsky.