Pobreza afeta o desenvolvimento cerebral de crianças, diz estudo
A revista “Nature Neuroscience” publicou um estudo nesta semana que revela que a pobreza infantil pode impactar o desenvolvimento cerebral.
O estudo mostra que filhos de pais mais ricos têm cérebros maiores e mais habilidades cognitivas do que crianças de famílias com renda menor. As informações foram divulgadas no site “G1“.
“Descobrimos que a relação entre estrutura de cérebro e renda familiar afeta o funcionamento cognitivo das crianças”, explicou a coautora do trabalho Elizabeth Sowell, da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos.
Para o estudo, a universidade realizou testes com mais de mil meninos e meninas com idades entre 3 e 30 anos de várias classes sociais e comparou renda e nível de educação dos pais com a área de superfície do cérebro das crianças, medidas por tomografias computadorizadas.
As distinções foram mais profundas em regiões do cérebro que apoiam a linguagem e a leitura e funções como tomada de decisões, memória e habilidades espaciais.
O estudo faz questão de lembrar, porém, que a ajuda social e o ensino podem ajudar a superar essas diferenças. “Não é tarde demais para pensar em como usar os recursos que enriquecem o ambiente de desenvolvimento, que em troca ajudam as conexões cerebrais”, comentou Sowell.
“O ponto mais importante que queremos transmitir não é ‘se você é pobre, seu cérebro vai ser menor e não há nada que possa ser feito sobre isso’. Essa absolutamente não é a mensagem”, garantiu a pesquisadora.