Taís Araújo revela que sofreu abortos e diz como superou situação
A atriz, Taís Araújo, 38, revelou já ter sofrido dois abortos espontâneos em entrevista para a nova edição da revista “Marie Claire“.
Ela, que tem dois filhos – João Vicente, 5, e Maria Antônia, 2 – com o marido e também ator Lázaro Ramos, disse que na primeira gestação, da qual nasceu seu filho, ocorreu uma das perdas.
“Sofri duas perdas espontâneas. A primeira de um nenê que seria gêmeo do João, mas não vingou. Com dois meses, descobri que ele não tinha batimentos cardíacos. Felizmente o corpo reabsorveu o feto e não foi traumático. Mas foi sofrido. Chorei muito e o Lázaro me chamou para a realidade. Disse: Ei, tem uma criança aí que precisa de você inteira”, disse Taís na entrevista.
Para ela, o segundo aborto foi mais difícil: “Estava tentando o segundo filho havia um tempo e perdi com um mês e pouco. Tive sangramento, senti dor. Fiquei arrasada, mas segurei a onda. Exatamente um ano depois, engravidei da Maria”, afirmou.
Taís, que teve seus filhos de cesárea, contou que inicialmente queria parto normal, mas sentiu medo e pediu à irmã, Cláudia, que é obstetra para que a atendesse. Só que sua irmã mora em Brasília, então os partos tiveram que ser programados. “Senti muita pressão por parte dos defensores do parto normal, mas minha escolha precisa ser respeitada. Isso não faz uma mulher mais mãe do que outra”, afirma.
Ela disse que mesmo optando pela cesárea, teve medo antes do nascimento dos dois filhos: “Na da Maria, quando estava entrando no elevador para a sala de cirurgia, o João deu um grito: Mãe! Não vai!. E o medo de o moleque ficar sem mãe? Falei para o Lázaro: Se eu morrer, deixa a minha mãe te ajudar com as crianças. Ele respondeu: Pelo amor de Deus, isso é hora de falar uma coisa dessas?'” conta atriz.
Na entrevista ela também fala sobre vida além da maternidade, criação dos filhos, racismo, entre outros assuntos. Veja.
A importância de viver o luto em casos de aborto espontâneo
Segundo a psicóloga Raquel Baldo, do Minha Vida, parceiro do Catraca Livre, a gestação pode representar sonhos e expectativas de mudanças e novidades e por isso é muito comum ser considerada uma fase tão especial.
“Como psicóloga e psicanalista percebo em torno deste assunto que o termo “espontâneo” pode ser uma porta aberta para uma má interpretação desta fase emocional tão delicada e que na verdade representa a perda de um filho, um filho que representa sonhos, sonhos que representam mudanças, mudanças que envolvem um todo… o luto”, afirma.
Segundo ela, o termo “espontâneo” muitas vezes leva algumas vezes à uma reação repressora do luto, como uma imposição de que a pessoa deveria entender a perda, sem dar espaço para que ela a sinta.
Segundo ela, assim como em qualquer luto, não há docas totalmente válidas para ajudar.
“O ideal é sempre observar a pessoa e dar espaço para que ela manifeste sua dor da forma que for possível, sendo sempre respeitada acima de tudo. Não ignorando ou disfarçando a realidade sofrida, assim como também não invadindo e forçando um sofrimento, um choro ou tristeza. Uma ajuda profissional e psicológica pode ser de grande ajuda, caso a pessoa enlutada demonstre muita dificuldade em dar continuidade a seu dia a dia, como trabalhar, estudar, comer, se cuidar. Se com o passar do tempo o sofrimento mostrar que se intensifica, pode ser de grande valia considerar essa alternativa”, afirma Raquel.