Um relato sobre como é viver com ansiedade
Texto escrito por lili Black e publicado no Superela
Todo mundo é ansioso. Na verdade, todos “ficamos” ansiosos antes de algum acontecimento, né? Aquela ansiedade que a gente tem antes de uma prova, antes de uma reunião importante, antes de falar em público. Ela passa e, depois que dá tudo certo, vem a euforia e a sensação de dever cumprido.
Mas este não é o caso do ansioso que você ama. Ele não fica eufórico, muito menos tem a sensação de dever cumprido porque, pra ele, não há trégua. Não há pausas, não há fim – é cíclico.
Primeiro, se ele tem que fazer alguma das coisas daquela lista de cima, é o apocalipse. Segundo, se ele fez (conseguiu!) fazer o que deveria, vai ficar assim: “Ah, fui mal na prova. Tenho certeza!” ou “Estava todo mundo me olhando na reunião, só fiz cagada”. E, sobre falar em público? Impossível, soam as trombetas, o mundo vai acabar!
O ansioso que você ama não “fica” ansioso, ele é, porque aqui a ansiedade não é uma resposta do corpo, é uma doença. E, ao contrário do que pessoas desinformadas pensam, não somos atores, não somos preguiçosos, tímidos ou introvertidos, não “fazemos frescura” e não somos, definitivamente, vítimas. E olha, vou te dizer, isso é muito, muito cansativo.
O ansioso vive num estado de vigília constante. As coisas, problemas, situações e afins, têm uma dimensão diferente pra ele. Normalmente, em tempos de crise, enxergamos tudo maximizado e estamos, ao mesmo tempo e simultaneamente, preocupados com o que vamos fazer e preocupados com o que já fizemos.
No meio de toda essa preocupação, vem mais… Preocupação! Daí, ele se preocupa por estar tão nervoso e preocupado. E quando não está preocupado com nada (coisa rara), ele fica preocupado por não estar preocupado! Complicado, né?
Esse estado de atenção permanente não deixa a cabeça descansar…
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