Ativistas desaprovam propostas ambientais apresentadas por Dilma Rousseff na ONU
Plano para a preservação das florestas brasileiras permitirá novos desmatamentos, avalia Greenpeace
A participação da presidente Dilma Rousseff na Cúpula da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável repercutiu entre ativistas brasileiros. O encontro, que tinha como objetivo discutir a contribuição no combate às mudanças do clima, abordou temas como a emissão de gás carbônico, o desmatamento e o investimento em fontes de renda renováveis.
Em sua fala, Dilma afirmou que o Brasil chegará a 2030 emitindo algo em torno de 1,33 bilhões de toneladas de carbono. Número que não agrada à proposta de organizações da sociedade civil, entre elas o Greenpeace.“A ideia é limitar as emissões de gases de efeito estufa do país a 1 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente”, explica o coordenador da campanha de clima e energia, Pedro Telles.
Apesar do aparente comprometimento apresentado por Rousseff na conferência, temas como a questão do desmatamento gerou impacto negativo entre os ambientalistas. No plano apresentado, a meta pretende zerar as práticas ilegais até 2030. Na interpretação do Greenpeace, a proposta permitirá apenas o aumento a devastação de áreas verdes em todo país pelos próximos 15 anos. “Isso é um absurdo, uma vez que esta proposta pode estimular, ainda mais, a ação do desmatamento não só durante o governo dela; mas também para os próximos mandatos que virão”.
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De acordo com estudo divulgado pela revista Sicence, a implantação da lei de florestas não conseguirá deter a perda da cobertura floresta, permitindo que mais de 88 milhões de hectares sejam entregues ao desmatamento, desencadeando, assim, aumento na conta de emissões.
Sobre o incentivo ao uso de fontes renováveis, a proposta do governo federal é estabelecer um limite de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética. Apesar disso, a proposta anunciada pela presidenta não vai de encontro às iniciativas tomadas pelo governo federal nos últimos, como descontos no IPI para incentivar o uso de carros em detrimento do transporte público.