Graffiti invade Batalhão da Tropa de Choque pela porta da frente

O encontro entre os graffiteiros e a polícia nunca foi amistoso mas, se depender desta iniciativa, isso pode mudar.

O Tropa Festival tem o intuito de esclarecer as autoridades policiais (e também parte da sociedade) sobre a legitimidade do trabalho dos artistas, que usam as ruas como tela e forma de expressão.

Este pode ser o início para uma abertura de um diálogo, mesmo em tempos de dicotomia política e social.

Este é o primeiro graffiti a estar quase finalizado para o Choque Festival

“Nós não só estamos pintando os muros da polícia, nós estamos pintando os muros da polícia onde por dezenas de anos só haviam os brasões da instituição e, estamos fazendo com que todos, sem censura por parte do cidadão comum – apreciem o trabalho como de fato ele é, uma arte”, disse Pagu, um dos artistas e produtor do Choque Festival, junto com Andrea Franco.

Rui Amaral, que já foi detido dezenas de vezes por fazer parte da primeira geração do graffiti no Brasil, pontuou: “Quando me perguntam por que estou fazendo isso, eu entendo a estranheza das pessoas, mas não é só uma estranheza pelo ineditismo do que está acontecendo, as pessoas querem saber como o graffiti pode dialogar com o Estado. Mas, esse é o objetivo de toda arte de protesto, existir ao ponto de ser percebida. Falar ao ponto de ser ouvida.”

CHOQUE FESTIVAL

Preparativos para o festival

Dias 12 e 13 de novembro. 
Localização: Rua Dr. Jorge Miranda, 789 – Luz, São Paulo.
Acesso pelo Metro: Estação Tiradentes.

Por Felippe Canale

Jornalista parceiro da Catraca Livre